Bento XVI dedica Dia Mundial que assinala início de 2012 à educação dos jovens e deixa mensagem de esperança
Cidade do Vaticano, 31 dez 2011 (Ecclesia) – A celebração do Dia Mundial da Paz, no primeiro dia de 2012, vai ser dedicada pela Igreja Católica às novas gerações, que Bento XVI desafia a superar o “sentido de frustração” que se gerou por causa da crise.
“Queridos jovens, vós sois um dom precioso para a sociedade. Diante das dificuldades, não vos deixeis invadir pelo desânimo nem vos abandoneis a falsas soluções, que frequentemente se apresentam como o caminho mais fácil para superar os problemas”, escreve o Papa, na mensagem para a jornada do dia 1 de janeiro, dedicada ao tema ‘Educar os jovens para a justiça e para a paz’.
Falando numa crise “cujas raízes são primariamente culturais e antropológicas”, o documento admite que “quase parece que um manto de escuridão teria descido” sobre os dias de hoje, “impedindo de ver com clareza a luz do dia”.
Após um ano caraterizado por manifestações de rua um pouco por todo o mundo, mas em particular no Médio Oriente e norte de África, a mensagem papal destaca o esforço de quem procura ter uma “capacidade efetiva de intervir no mundo da política, da cultura e da economia”.
“As preocupações manifestadas por muitos jovens nestes últimos tempos, em várias regiões do mundo, exprimem o desejo de poder olhar para o futuro com fundada esperança”, assinala o Papa.
Bento XVI pede jovens “solícitos em despertar as consciências para as questões nacionais e internacionais e para a importância de procurar adequadas modalidades de redistribuição da riqueza, de promoção do crescimento, de cooperação para o desenvolvimento e de resolução dos conflitos”.
A mensagem papal apela ainda à construção de “uma sociedade de rosto mais humano e solidário”, sublinhando que “não se pode sacrificar a pessoa para alcançar um bem particular, seja ele económico ou social, individual ou coletivo”.
“No nosso mundo, onde o valor da pessoa, da sua dignidade e dos seus direitos, não obstante as proclamações de intenções, está seriamente ameaçado pela tendência generalizada de recorrer exclusivamente aos critérios da utilidade, do lucro e do ter, é importante não separar das suas raízes transcendentes o conceito de justiça”, prossegue, retomando uma reflexão apresentada no Parlamento alemão.
Bento XVI convida a preparar a celebração anual pela paz prestando atenção “ao mundo juvenil”: “Escutá-lo e valorizá-lo para a construção dum futuro de justiça e de paz não é só uma oportunidade, mas um dever primário de toda a sociedade”.
“Que a ninguém seja negado o acesso à instrução e que as famílias possam escolher livremente as estruturas educativas consideradas mais idóneas para o bem dos seus filhos”, escreve ainda.
OC