Paz frágil no Sudão

O principal grupo rebelde do Darfur e o Governo do Sudão assinaram ontem um acordo de paz, em Abuja, na Nigéria, após um esforço negocial de última hora que não foi suficiente para que dois outros grupos aceitassem o documento. O projecto de acordo foi patrocinado pela União Africana, com apoio da comunidade internacional, e prevê o desarmamento das milícias árabes pró-governamentais “Janjaweed”, a quem são atribuídos numerosos actos de violência. O entendimento abre caminho a que uma força de paz da ONU seja enviada para o Darfur, algo que o Governo de Cartum até agora nunca aceitou. O conflito no Darfur agravou-se a partir de 2003, quando os rebeldes do SLM e JEM ocuparam a cidade de Gulu, no norte da província, exigindo maior fatia da distribuição das riquezas do país. Cartum lançou os “Janjaweed” contra a população, causando um número de mortos estimado entre 200 mil e 300 mil, além de dois milhões de refugiados. O Arcebispo de Cartum, Cardeal Gabriel Zubeir Wako, advertiu que “a paz no Sudão é realmente frágil”, porque ainda não existe uma verdadeira relação de confiança entre os habitantes desse país. Em entrevista concedida à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, o Cardeal sudanês alerta que “a paz não funcionará sem reconciliação”. “É preciso fazer um grande esforço para cimentar a confiança entre as pessoas e pedir aos que não a merecem que assumam mais responsabilidade se quiserem um país pacífico”, indicou.

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Agência ECCLESIA

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