O Arcebispo do Huambo, D. José Queirós Alves considera que a paz que hoje se vive em Angola “não é ainda a paz total”. O prelado foi entrevistado pela emissora católica angolana, Rádio Ecclesia, sobre os quatro anos de Angola em Paz, que se assinala se assinalam esta terça-feira. “A verdadeira Paz depende ainda de um longo caminho a fazer e é bom que tenhamos consciência disto”, explicou. O Arcebispo português adverte que “a verdadeira Paz necessita dum esforço muito grande em todas as áreas, mas eu creio que isto é próprio do homem que luta e de um Governo que seja eficiente e honesto”. Para este responsável, “existe agora uma maior consciência de que Angola está em tempos novos, está a entrar para um período de normalidade”. “Ao lado dos escombros começam a aparecer já escolas, postos de saúde e isto é muito bom. As pessoas também estão a descobrir cada vez mais o sentido de encontrar, com os próprios meios, uma maneira de resolver a sua vida e os seus problemas. Creio que existe em todos esta esperança”, aponta. D. José de Queirós Alves não deixa de admitir que as populações ainda vivem com enorme dificuldades, frisando que “desde o regresso à instalação, são muitas as peripécias por que passam as pessoas”. “A integração das populações deslocadas e das que vieram está a ser muito difícil, devido aos meios que existem. Depois temos ainda muitas dificuldades na área da escola, mesmo da assistência sanitária, se bem que se esteja a fazer um esforço e isso é preciso reconhecermos”, afirma. A 4 de Abril de 2002 os chefes dos comandos militares das Forças Armadas Angolanas e das extintas forças da Unita, assinaram em Luanda um acordo de paz. Essa data ficou conhecida como o dia da Paz e da Reconciliação Nacional, que as autoridades angolanas decidiram decretar como feriado nacional.