Paz: Dia Mundial com 45 anos de história

Paulo VI lançou celebração que quer ultrapassar fronteiras da Igreja Católica

Lisboa, 31 dez 2011 (Ecclesia) – O Dia Mundial da Paz, com que a Igreja Católica assinala o início de cada novo ano, foi celebrado pela primeira vez em 1968, por iniciativa do Papa Paulo VI, num convite alargado a “todos os homens de boa vontade”.

A iniciativa foi apresentada como “augúrio e promessa, no início do calendário que mede e traça o caminho da vida humana no tempo que seja a Paz, com o seu justo e benéfico equilíbrio, a dominar o processar-se da história no futuro”.

A proposta de dedicar à Paz o primeiro dia do novo ano não tinha “a pretensão de ser qualificada como exclusivamente religiosa ou católica”, mas, segundo dizia Paulo VI, “seria para desejar que ela encontrasse a adesão de todos os verdadeiros amigos da Paz, como se se tratasse de uma iniciativa própria”.

“A Igreja Católica, com intenção de servir e de dar exemplo, pretende simplesmente lançar a ideia, com a esperança de que ela venha não só a receber o mais amplo consenso no mundo civil, mas que também encontre por toda a parte muitos promotores audazes, que imprimam ao Dia da Paz, um caráter sincero e forte, de uma humanidade consciente e liberta dos seus tristes e fatais conflitos bélicos, que quer dar à história do mundo um futuro mais feliz, ordenado e civil”, podia ler-se na primeira mensagem para esta celebração

Nestas mais de quatro décadas, várias foram as mensagens dedicadas ao tema da pedagogia da paz, a começar pelo próprio Paulo VI em 1970 (“Educar-se para a paz através da reconciliação”): “Sim, a Paz começa no interior dos corações. Primeiro, impõe-se conhecê-la, reconhecê-la e querê-la – amar a Paz; depois, estaremos em condições de expressá-la e imprimi-la nos costumes renovados da humanidade: na sua filosofia, na sua sociologia e na sua política”.

Seguiu-se João Paulo II, com um itinerário próprio: “Para alcançar a paz, educar para a paz” (1979); “A paz e os jovens caminham juntos” (1985); “Mulher: educadora de paz” (1995); “Um compromisso sempre atual: educar para a Paz” (2004).

Neste último ano, o Papa polaco lembrava o apelo que tinha lançado há um quarto de século e afirmava: “Hoje isto é ainda mais urgente, porque os homens, à vista das tragédias que continuam a afligir a humanidade, sentem-se tentados a ceder ao fatalismo, como se a paz fosse um ideal inacessível”.

Na sua primeira mensagem para este dia, Bento XVI quis “prestar um sincero tributo de gratidão” a Paulo VI e João Paulo II, “clarividentes obreiros da paz”.

“Animados pelo espírito das Bem-aventuranças, souberam ler, nos numerosos acontecimentos históricos que marcaram os respetivos pontificados, a intervenção providencial de Deus que jamais se esquece da sorte do género humano. Repetidas vezes, como infatigáveis mensageiros do Evangelho, convidaram toda a pessoa a recomeçar de Deus para se conseguir promover uma convivência pacífica em todas as regiões da terra”, escreveu o Papa alemão, em dezembro de 2005.

O 45.º Dia Mundial da Paz, em 2012, é dedicado por Bento XVI ao tema ‘Educar os jovens para a justiça e para a paz’.

Desde sua eleição, o atual Papa escolheu como temas para a celebração anual do dia 1 de janeiro a verdade, a dignidade da pessoa, a unidade da família humana, o combate contra a pobreza, o meio ambiente e a liberdade religiosa.

OC

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Agência ECCLESIA

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