Paulo VI nomeia quatro novos cardeais delegados do concílio

Depois da clausura da primeira etapa conciliar em setembro de 1963 os participantes desta assembleia magna voltam novamente ao Vaticano para dar início à segunda etapa. A 14 do mesmo mês, o Papa Paulo VI nomeia quatro cardeais delegados encarregados de dirigir os trabalhos do concílio: Agagianian; Lercaro; Doepfner e Suenens.

Depois da clausura da primeira etapa conciliar (08 dezembro de 1962) – sem promulgação de nenhum documento – em setembro de 1963 os participantes desta assembleia magna voltam novamente ao Vaticano para dar início à segunda etapa. A 14 do mesmo mês, o Papa Paulo VI nomeia quatro cardeais delegados encarregados de dirigir os trabalhos do concílio: Agagianian; Lercaro; Doepfner e Suenens.

Este tempo de interregno foi um continuar das reflexões feitas na primeira sessão conciliar. Segundo Henri Fesquet na obra «O Diário do Concílio – volume 1», a primeira sessão do concílio convocado pelo Papa João XXIII pôs em evidência três fenómenos: “uma incompatibilidade entre as tendências dos esquemas doutrinais e as aspirações da maioria dos bispos”; “a carência de uma ideia directiva em volta da qual pudessem agrupar-se os assuntos da ordem do dia” e, finalmente, “algumas lacunas de um regulamento que não impediu o concílio de se envolver em repetições ou homilias sem alcance real”.

Para que tal não acontecesse na segunda sessão – teve o seu início a 29 de setembro de 1963 – o Papa Paulo VI rodeou-se de colaboradores: Agagianian (Igreja Oriental e da Cúria Romana) Lercaro (pregava e vivia uma pastoral muito clarividente e que não tinha nenhum cargo de responsabilidade notável nas anteriores comissões conciliares); Doepfner (um dos responsáveis pela mentalização reformadora do episcopado alemão e europeu) e Suenens (conhecido pela oportunidade e clareza das suas intervenções).

Com estas nomeações, foi abolido o Secretariado para os Assuntos Extraordinários que “deixou de ter razão de ser, uma vez que esses assuntos passam a ser resolvidos pelos moderadores” (cf. Boletim de Informação Pastoral; nº 26; setembro-outubro de 1963).

Como escreveu Henri Fesquet, esta comissão parece apta a reduzir os obstáculos com que se debatera a primeira sessão (Cf. «O Diário do Concílio – volume 1», pág 142.

Numa exortação apostólica dirigida a todos os bispos nas vésperas da segunda etapa conciliar, o Papa Montini faz referência às obras de penitência que os cristãos podem realizar em união com o II Concílio do Vaticano. Para além do jejum, Paulo VI sugere também a abstenção de espectáculos, o perdão das ofensas – “o perdão espontâneo extingue as más chamas da discórdia” -, uma manutenção das iniciativas de caridade pública, a oração e as palavras de consolação.

“O lugar de toda a Igreja é de construir uma comunidade de caridade viva em torno do concílio. Daí que as obras sugeridas se orientem para o aumento da caridade, para a actualização da vida da Igreja”, escreveu o Papa Paulo V na exortação apostólica.

D. Sebastião Soares de Resende, na altura bispo da Beira (Moçambique) e um dos padres conciliares portugueses, também escreveu uma nota pastoral aos seus diocesanos onde lhes pede para que rezem pelo concílio “a fim de que as suas decisões correspondam às múltiplas necessidades do mundo actual”.

 LFS

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Agência ECCLESIA

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