Obra de conservação e restauro foi inaugurada em Lisboa
Lisboa, 20 jul 2016 (Ecclesia) – O pároco de Santa Isabel afirmou que o novo teto da igreja lisboeta, o projeto ‘Um céu para Santa Isabel’, apresenta a “harmonia” da pintura atual num templo do século XVIII, uma “delicadeza de conjugação em termos de espiritualidade”.
“É um céu que nos dá grande paz, leveza e interioridade nesta igreja. Dialoga bem com todo a estrutura da igreja de tipo italiano século XVIII e que está restaurada na parte de cima, o que faz uma moldura desse céu”, disse o padre José Manuel Pereira de Almeida à Agência ECCLESIA.
A nova pintura do teto da igreja de Santa Isabel, em Lisboa, é da autoria do artista Michael Biberstein e surgiu de um convite feito pelo pároco, em outubro de 2009, por sugestão de um gabinete de arquitetura.
O artista plástico suíço faleceu em 2013, pouco antes de começar a pintar, e o padre José Manuel Pereira de Almeida recorda que a “melhor memória” que tem de Michael Biberstein é o “gosto e interesse”, de um homem de “grande espiritualidade”, pelo desafio que lhe foi proposto.
“Esse encanto e desassombro de achar que era possível, mesmo quando a gente desconfiava, é uma confiança que nos fala da fé. Essa interioridade, essa espiritualidade que captei no artista dialoga muito bem com a nossa tradição”, desenvolveu o pároco da igreja de Santa Isabel.
A inauguração da obra foi presidida esta terça-feira pelo cardeal-patriarca de Lisboa, o qual disse aos jornalistas que a proposta artística “fica muito dentro da tradição da pintura religiosa”.
“O céu tem um significado pleno e este, até pela maneira como está pintado, é especialmente translúcido, dai que faça adivinhar muita coisa que é a vantagem de ser um céu. É um céu aberto, a abrir”, comentou D. Manuel Clemente.
Para o cardeal, que depois da sessão inaugural presidiu à Eucaristia, “o céu só por si já é um símbolo religioso muito convincente”.
Entre outras entidades, o projeto ‘Um céu para Santa Isabel’ contou com o apoio financeiro da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) em 222 mil euros e na inauguração da obra o provedor destacou que apenas cumpriram “uma obrigação” que faz parte dos princípios estatutários da Santa Casa e do seu “compromisso originário” em apoiar as obras espirituais e materiais.
“Temos como linha de trabalho o apoio à cultura nacional, à integração artística, à preservação do nosso património, da nossa memória, da nossa história”, assinalou Pedro Santana Lopes, provedor da SCML, sublinhando que o cofinanciamento foi “um mero cumprimento de uma obrigação” ao encontrar os recursos que “permitissem apoiar o trabalho que faltava fazer”.
O padre José Manuel Pereira de Almeida adiantou depois que agora “falta quase tudo” nas obras de conservação e restauro da igreja, ou seja, “todas as paredes, os altares laterais e depois o presbitério”.
CB/OC