Protocolo assinado em 2010 prevê investimento de 2,6 milhões de euros
Coimbra, 06 abr 2011 (Ecclesia) – A Sé velha de Coimbra foi das primeiras a entrar no projeto «Rota das Catedrais» – acordo de cooperação entre o Estado e a Conferência Episcopal Portuguesa – e mostra-se empenhada na recuperação deste monumento românico.
Em declarações à Agência ECCLESIA, monsenhor João Evangelista, pároco da Sé velha daquela cidade, sublinha que, antes do protocolo assinado, os responsáveis daquela igreja emblemática de Coimbra já tinham “recuperado duas telas e – ao nível da estatuária – uma imagem de Nossa Senhora que estavam quase invisíveis”.
Assinado a 9 de dezembro do ano anterior, o protocolo entre a Sé velha de Coimbra, única catedral portuguesa românica construída na época da Reconquista, e o organismo estatal previa um investimento de 2,6 milhões de euros que permite valorizar este património artístico e religioso da cidade.
Depois de plano para “ordenar o concurso” e “das necessidades mais urgentes”, monsenhor João Evangelista realça que, atualmente, a equipa coordenadora “está a fazer orçamentos para ir a uma fundação” pedir verbas no intuito de “eles assumirem fazer algum trabalho em parcelas pequenas: restauro dos retábulos”.
Com um retábulo a “necessitar de dourados” e outro «reclamar» uma “limpeza”, o pároco da Sé velha salienta que para além deste património histórico existem outros espaços a pedir restauros: “num deles está a ata do Concílio de Trento feito por João de Ruão”.
Através das “migalhinhas” construtivas, monsenhor João Evangelista avança que o “beleza da Sé velha merece ser fruída”.
“A Igreja não só se apresenta como cultivadora de arte e cultura como também tem a consciência de que, ao fazê-lo, está a cumprir o seu primeiro dever que é ser comunidade de fé” – afirmou de D. Albino Cleto, bispo de Coimbra, na cerimónia de assinatura do protocolo, manifestando júbilo pela oportunidade de se colocar “a Sé velha na Rota das Catedrais”.
Este projeto iniciou-se a 30 de junho de 2009 e vigorará até ao dia 31 de dezembro de 2013 e é financiado através de fundos nacionais e comunitários.
Em épocas de crise, “só através da reunião das pessoas” se consegue ultrapassar as dificuldades – disse na altura o ministro da cultura, José Pinto Ribeiro.
No acordo de cooperação lê-se que o projeto «Rotas das Catedrais» procura “devolver a estes monumentos uma atenção global e corresponsabilizante, assumindo-se como dinamizador de uma atuação concertada e contratualizada, planeada, criteriosa e exigente, não apenas para acudir a situações de mais evidente degradação, mas sobretudo para alcançar a capacitação dos monumentos, através de uma qualificada intervenção de recuperação e conservação de valores patrimoniais inestimáveis”.
Ainda neste âmbito de cooperação entre o Estado e a igreja Portuguesa, de 7 a 9 deste mês realiza-se o congresso internacional da rota das catedrais, em Faro, e é assinado o protocolo – dia 8 – entre a Direção Regional de Cultura do Algarve o Cabido da Sé de Faro para implementação do projeto «Rota das Catedrais» na Sé daquela cidade.
LFS