Valorização cultural destes espaços tida como fundamental para a sua preservação
Faro, 08 abr 2011 (Ecclesia) – A valorização cultural das sés de Portugal é fundamental para a sua preservação, disse hoje em Faro Marco Daniel Duarte, do Museu do Santuário de Fátima e membro do grupo técnico coordenador do projeto Rota das Catedrais.
Falando no painel «Património e valorização cultural» do congresso internacional sobre esta Rota, que decorre na capital algarvia, o estudioso lançou um conjunto de apelos no sentido de fazer da catedral um “espaço de utilização do nosso tempo” com “espírito” ou “alma”.
Referindo-se ao tema «Intervenção cultural em contexto», o orador aludiu à necessidade de “redescobrir a alma da catedral”.
Neste sentido, Marco Daniel Duarte evidenciou que “de nada vale conservar os edifícios se não houver quem os habite”, apelando à incrementação de “programas religiosos” nalguns momentos do ano.
O orador sugeriu ainda a realização de “exposições temporárias” e de “instalações contemporâneas”, por forma a promover a “relação e valorização entre artes” e defendeu as catedrais como “mecanismos de sustentabilidade económica”.
A terminar, frisou a necessidade de afirmar a “urbanidade e civilidade” a partir da catedral e aludiu ao conceito de “contemplação ativa da catedral”.
José Fernando Canas, também membro do grupo técnico coordenador da Rota das Catedrais, sublinhou a importância de cada catedral ter um “levantamento arquitetónico completo”.
Na sua intervenção, sobre o tema «Catedrais portuguesas: situação atual e prioridades de intervenção», este responsável considerou o levantamento como uma “ferramenta fundamental” para se “poder intervir e fazer um plano diretor”.
Canas indicou que “não é mais possível fazer intervenções avulsas”, aludindo a um novo modelo que permita “reduzir custos e tempos” e defendeu a necessidade de “lutar pela excelência das intervenções, independentemente da escala de cada sé ou dos meios de cada diocese”.
“Cada diocese não pode só olhar para a sua catedral”, afirmou exortando à “qualidade da intervenção museológica”.
O congresso de Faro reúne, até sábado, cerca de 80 participantes, com a presença de especialistas portugueses e internacionais, bem como representantes de instituições ligadas à investigação, ao turismo, municípios e Igreja Católica.
SM/FD/OC