«Desde o início fui acompanhando, pelo meio ouvi algumas dúvidas, mas aqui pude dissipar qualquer dúvida» – Marcelo Rebelo de Sousa
Lisboa, 25 jul 2022 (Ecclesia) – O presidente da República visitou hoje as obras no claustro da Sé de Lisboa, na companhia de responsáveis religiosos e políticos, e afirmou que “nunca” teve dúvidas sobre um processo de recuperação que acompanhou desde o início.
“Nunca tive dúvidas. Desde o início fui acompanhando, pelo meio ouvi algumas dúvidas, mas aqui pude dissipar qualquer dúvida que tivesse sobre a segurança que houve, o critério de investigação, de pesquisa, e o propósito que é um equilíbrio difícil entre levar mais longe essas pesquisas, em teoria seria infindável porque há muita mais coisas por baixo que se descobre a cada passo”, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no final da visita.
O chefe de Estado salientou que o que se descobriu nestas obras “é muito interessante”, destacando o “conjunto riquíssimo muçulmano, tendo por baixo ainda ruínas romanas”, o islâmico, que mostra que por ali passaram “vários estratos religiosos, sociais, culturais, políticos”, que são o retrato do que se foi fazendo ao longo dos milénios e dos séculos.
“Estive aqui há cinco anos, noutro plano, lá em cima, precisamente quando as obras nesta nova fase estavam a começar, e não se imaginavam que fossem tão ricas, tão importantes e tão amplas. A razão por que aqui vimos é que depois de amanhã, daqui a dois, três dias, começa a ser coberta a parte que agora pudemos percorrer e ver diretamente como será vista daqui por quatro meses, cinco meses, seis meses”, desenvolveu.
Sobre as preocupações do Movimento Cívico Preservação do Património Arqueológico da Sé Catedral de Lisboa, que apresentou as recomendações de um relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) numa audição parlamentar na Comissão Parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, na última semana, Marcelo Rebelo de Sousa disse que não recebeu nenhum pedido de audiência, mostrando-se disponível para ouvir “as razões de quem tem dúvidas”.
Já o ministro da Cultura explicou que precisam de avançar na obra para “garantir que todos os interesses se mantêm preservados”, a sustentação do edifício e os interesses arqueológicos.
“Essa é a solução de equilíbrio, de compromisso, que foi encontrada e que vai permitir terminar a obra. Nunca é possível satisfazer tudo, em todos os momentos, e é preciso é também encontrar soluções para os problemas”, disse Pedro Adão e Silva aos jornalistas.
O deão da Sé de Lisboa (o cónego mais antigo da catedral), cónego Francisco José Tito Espinheira considerou que “esta visita veio também confirmar o interesse de todas as partes em que o fim da obra seja o princípio da fruição dela.
D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa, acompanhou esta visita, falando num “momento de encontrar os equilíbrios” entre os diversos desejos e vontades, da segurança, à arqueologia.
“Que possa corresponder um bocadinho das expetativas de cada um dos envolvidos, mas que definitivamente se possa encerrar a obra. Os lisboetas, os portugueses, e os visitantes do mundo inteiro possam fruir desta mostra que será uma visita espetacular”, desenvolveu, em declarações à Agência ECCLESIA e Rádio Renascença.
D. Américo Aguiar, presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, disse que a Jornada Mundial da Juventude “será um pico no número de visitantes desta obra”, que acredita que durante “o mês de janeiro será concretizada, inaugurada e devolvida à cidade”.
CB/OC