Património: Onda de assaltos afeta Diocese de Portalegre-Castelo Branco

Responsável pelo setor apela à proteção de bens mais «qualificados»

Portalegre, 16 set 2025 (Ecclesia) – O responsável pela Comissão dos Bens Culturais da Diocese de Portalegre-Castelo Branco denunciou uma onda de assaltos às igrejas da região, que afeta o “património mais qualificado e relevante”.

“Não sei o que justifica esta onda de assaltos, mas nos últimos meses a diocese tem sido alvo de uma série de ocorrências com alta gravidade, nas quais tem sido furtado muito património qualificado e relevante”, disse hoje o padre Francisco Valente à Agência ECCLESIA.

Nos últimos meses, várias igrejas daquela diocese foram alvo de furtos, sendo a última a igreja de Santo António, em Constância.

Os alvos preferenciais são igrejas que estão “fora das malhas urbanas, com algum isolamento e conservam ainda património de valor e talvez seja mais fácil para quem pratica estes atos ter acesso e poder fazer estes furtos de uma forma mais livre e à vontade”, lamentou o entrevistado.

O entrevistado adverte que o Interior “está desertificado, esquecido e abandonado”, deixando o património “à mercê dos assaltantes”

“Também quero referir que as obras em causa que têm sido furtadas são obras de grande qualidade e que, muito facilmente, entram no comércio internacional”, acrescentou o padre Francisco Valente.

As peças furtadas estão inventariadas e seriam de “difícil comercialização” dentro do mercado nacional.

O presidente da Comissão para os Bens Culturais da Igreja, na Diocese de Portalegre-Castelo Branco, relata que os assaltantes “vandalizam” os espaços, em situações “muito idênticas”.

A comunicação das ocorrências tem sido feita aos agentes das autoridades e a Polícia Judiciária está a acompanhar os casos.

A Comissão Diocesana fornece “todos os elementos à Polícia Judiciária”, até porque o inventário “está feito” e “não faltam elementos de identificação para as peças que são furtadas”.

As populações, observa o padre Francisco Valente, “não conseguem mobilizar-se de modo a proteger e defender o seu património”, todavia estes atos geram “um clima de insegurança muito grande”.

A comissão tem proposto aos párocos para deslocarem o património mais valioso “para locais com maior segurança”.

“As pessoas reagem porque têm essa ligação afetiva e valorativa às peças”, conclui o entrevistado.

Até ao momento, a Diocese de Portalegre-Castelo Branco ainda não conseguiu recuperar nenhuma peça furtada nestes últimos meses.

LFS/OC

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