Responsável destaca museu como montra de beleza e riqueza do património cultural e parceiro na ligação com a Igreja
Leiria, 18 out 2024 (Ecclesia) – A diretora do museu de Arte Sacra do Funchal destacou hoje, no âmbito das primeiras jornadas da Pastoral dos Bens Culturais da Igreja, em Leiria, a importância do museu para a diocese e história da região.
“O Museu de Arte Sacra de Funchal guarda todos os tesouros da nossa identidade”, afirmou Graça Alves, em declarações à Agência ECCLESIA, desenvolvendo que este “conta a história da Madeira, desde o princípio”.
A responsável lembra o “tempo áureo do açúcar da Madeira”, em que foram compradas uma série de obras de arte para as capelas e as igrejas, que hoje estão no Museu de Arte Sacra.
“[Museu] conta essa história também, conta a história da fé de um povo” e serve a diocese, salienta Graça Alves.
Por um lado, o Museu de Arte Sacra do Funchal é uma “montra” daquilo que é a beleza e a riqueza do património e, por outro, quer ser parceiro da Igreja no caminho da Pastoral, disse.
“As atividades que são realizadas ali no museu, que fomos propondo, quer às paróquias, quer aos grupos, quer às escolas, obviamente que isto não é só para a diocese, mas são com a ideia de que o museu seja um parceiro nesta ligação com a Igreja”, referiu.
Graça Alves destaca o espaço privilegiado do Museu, situado no coração da cidade, a um quarteirão de “edifícios importantíssimos”, como a Igreja do Colégio e a Câmara Municipal.
“Está ali num enquadramento que é mesmo um convite a visitantes e a madeirenses para visitarem e fazerem dele [museu] seu”, realçou.
A diretora do museu explica que o trabalho da nova direção tem passado por criar “sentido de pertença”.
“O museu é de todos, o museu está aberto a todos, o museu quer muito acompanhar nesta descoberta da espiritualidade do além, esta sede de Deus, que pode ser olhado e visto e sentido através da beleza das peças que o museu tem”, ressaltou.
A responsável não tem dúvidas de que este “é o melhor museu da Madeira”.
Graça Alves dá conta que a “maior parte dos visitantes” são turistas e que o “grande desafio” tem sido atrair os habitantes locais, e que para isso têm sido criado estratégias.
“Temos vindo para a cidade, portanto participar nas atividades da cidade e nós estamos ali mesmo na praça do município que tem, por exemplo, no Natal, uma série de atividades. Sentimos necessidade de trazer o museu para a praça e a partir da praça levar as pessoas ao museu”, descreve.
No ano passado, o Museu de Arte Sacra do Funchal criou um projeto, intitulado “O que os olhos não veem”, em que além da exploração da peça, era salientada a ligação com a espiritualidade.
“Neste momento, estamos a apresentar para as catequeses um menu de temas a partir de determinadas peças e, portanto, tem sido um trabalho, vamos devagarinho, trazendo as pessoas ao museu e fazendo com que o museu seja sentido como seu. Esta questão da pertença para nós é fundamental”, declarou.
Graça Alves relata que o Museu de Arte Sacra do Funchal tem recebido muita gente, nomeadamente artistas e historiadores, que não são crentes, mas que vão até lá em busca de algo e não “apenas ver a arte pela arte”.
As primeiras jornadas da Pastoral dos Bens Culturais da Igreja realizam-se no Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja e são promovidas pelo Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja, em colaboração com o Departamento Cultural da Diocese de Leiria-Fátima.
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