Património: Igreja desleixa proteção

«São centenas» os furtos que aguardam «informações esclarecedoras», refere diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais

Lisboa, 17 jan 2012 (Ecclesia) – Muitas paróquias católicas desleixam a proteção do seu património contra os roubos e a opção de esconder as peças é inaceitável, considera a diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja (SNBCI).

“Ampliadas as chamadas de atenção, no sentido de serem reforçadas medidas preventivas e meios de defesa adequados, a verdade é que algumas rotinas elementares de segurança permanecem descuradas”, denuncia Sandra Costa Saldanha no texto “Igrejas a saque: um flagelo que nos compete travar”, que constitui o editorial da edição de hoje do Semanário Agência ECCLESIA.

A responsável dá como exemplo de negligência na prevenção dos furtos o facto de a “implementação de um simples registo cadastral” continuar por fazer em “inúmeras igrejas”.

A opção de esconder os “objetos mais valiosos”, solução encontrada por algumas dioceses, é questionável: “Fechar igrejas ou encarcerar as peças, contrariando a sua vocação original, não pode constituir, em circunstância alguma, uma solução de salvaguarda aceitável”, frisa.

Diante desta realidade o SNBCI anunciou o início do recenseamento das obras de arte furtadas em igrejas, com o objetivo de promover a “mais ampla divulgação” das peças roubadas e “exercer um papel de sensibilização” junto das paróquias e da sociedade.

“São centenas as ocorrências registadas que aguardam por informações esclarecedoras, que permitam a identificação mínima dos objetos desaparecidos”, refere Sandra Costa Saldanha, que apela a “uma comunicação constante e eficaz” entre Igreja e polícia.

O SNBCI ultimou este mês a introdução no seu site de uma base de dados com obras de arte furtadas.

A ferramenta, que disponibiliza “informações atualizadas, e tão exatas quanto possível”, pretende ter um “papel dissuasor e de sensibilização” especialmente para “potenciais compradores e recetadores de obras de arte”, explica a página.

“Face à ausência de registos fotográficos de muitas obras, fundamentais à sua identificação e reconhecimento”, o Secretariado “apela ao envio de qualquer tipo de imagem referente às peças elencadas”.

RJM

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