Lisboa, 15 out 2015 (Ecclesia) – A Igreja de São Cristóvão, em Lisboa, é um dos cinquenta monumentos incluídos na lista da World Monuments Watch 2016, dedicada à defesa de estruturas históricas em perigo e à sua promoção junto de investidores e parceiros.
Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o pároco de São Cristóvão considera a “inclusão” da Igreja local “neste lista” como “uma oportunidade única para a sua promoção nacional e internacional” e ao mesmo tempo para a resposta aos “desafios que atualmente se colocam à sua recuperação e preservação”.
Situada na zona histórica de Lisboa, no bairro da Mouraria, a Igreja de São Cristóvão data de 1680 e do seu património destacam-se, por exemplo, 34 telas de Bento Coelho da Silveira, do século XVII, que carecem de restauro.
O espólio do monumento inclui ainda um interior revestido a talha dourada, alfaias litúrgicas e paramentos.
O projeto “World Monuments Watch” é da responsabilidade do World Monuments Fund (WMF) , uma organização independente dedicada à preservação do património em todo o mundo, contempla apenas cinquenta monumentos em risco.
A inclusão da Igreja de São Cristóvão no programa ficou conhecida hoje, na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, sendo que passa a ser “o primeiro edifício religioso nacional a conseguir integrar esta lista“.
De acordo com o padre Edgar Clara, isto foi possível graças à iniciativa “Arte por São Cristóvão”, desenvolvido pela paróquia lisboeta no âmbito do Orçamento Participativo de Lisboa 2014.
“Iniciado em abril deste ano”, refere o sacerdote, “este projeto prevê a promoção e divulgação da Igreja e do seu património” e conta com parceiros como a Associação Renovar a Mouraria, a Cozinha Popular da Mouraria, a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, e o Conservatório de Lisboa.
Com vista à renovação do espólio da Igreja, a paróquia de São Cristovão tem promovido várias iniciativas de recolha de fundos, desde “restauros ao vivo a noites de fado”, passando por “visitas guiadas à Mouraria Cristã” e pela venda de “biscoitos desenvolvidos pela Cozinha Popular da Mouraria”.
Iniciativas que permitiam “recolher cerca de 40 mil euros” para as obras de restauro.
JCP