Investimento de 400 mil euros tem permitido recuperar igrejas, capelas e santuários da região, colocando-as no centro das rotas turísticas
Lisboa, 03 ago 2011 (Ecclesia) – O projeto “Douro Religioso”, iniciativa de valorização e requalificação patrimonial que há mais de dois anos congrega os esforços de diversas entidades da Igreja Católica e do Estado, entra este mês em fase de conclusão.
De acordo com o diretor técnico da TUREL – Turismo Cultural e Religioso, entidade que lidera os trabalhos, o objetivo tem passado por “alterar um pouco os circuitos turísticos” da região, ainda muito ligados às rotas do vinho e do rio, dando a conhecer mais o Douro interior, que alberga um património religioso “riquíssimo e único”.
Em declarações prestadas ao programa 70×7 deste domingo, na RTP2, Varico Pereira destaca a importância de preservar esta “herança do passado”, dando-lhe “animação” e permitindo às pessoas “utilizá-la não só como espaço religioso e de oração, mas também como espaço cultural e artístico”.
No âmbito deste “Douro Religioso: visitar, conhecer e reconhecer”, foram identificado 93 imóveis e 323 objetos de interesse turístico, através da estreita colaboração das dioceses de Lamego, Bragança-Miranda, Porto e Vila Real e das regiões de turismo do Porto e do Norte de Portugal.
Procedeu-se ainda à criação de três novos circuitos turísticos: o “Douro maravilhoso”, as “Paisagens e Religião” e o “Douro a Sete Chaves”, misturando a beleza natural daquela zona, património mundial da humanidade, com a riqueza cultural e artística das suas igrejas, capelas e santuários.
Destaque para a rota do “Douro a Sete Chaves”, em que as pessoas têm a oportunidade de passar por diversas aldeias vinhateiras do Douro e conhecer monumentos religiosos que normalmente não estão abertos ao público.
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Uma aventura que, para Varico Pereira, encerra também um desafio para os turistas, já que primeiro têm de entrar em contacto com a população local e “encontrar a pessoa que lhes vai abrir a porta” do templo.
Com um investimento total na ordem dos 400 mil euros, o projeto contempla também o restauro e conservação de algumas “joias” da arquitetura religiosa nortenha, como a Igreja do Desterro, situada na diocese de Lamego.
Trata-se de um monumento que se encontra fechado há vários anos, e que está agora a beneficiar de intervenções ao nível da talha, do azulejo e da pintura mural.
“O facto de nós termos abertas e mostrarmos ao público estas preciosidades será, sem dúvida nenhuma, um enriquecimento cultural e um afirmar da cultura lamecense, já que estes bens imateriais têm cada vez mais importância na nossa vida”, realça Marina Valle Teixeira, vereadora da Ação Social e Cultural da autarquia de Lamego.
Agora que o projeto “Douro Religioso” entra em fase de conclusão, a equipa responsável pretende sobretudo que ele se torne autossustentável
No entanto, para Luís Sebastian, arqueólogo da direção regional da Cultura do Norte, é preciso assegurar primeiro “uma série de infraestruturas e de recursos humanos, como um corpo de guias que garanta a abertura da porta e o acompanhamento das visitas aos monumentos com qualidade e informação”.
“Em muitos aspetos, só agora é que estamos a começar”, conclui.
70×7/JCP