Património: Dioceses incentivadas a preservarem riquezas com «criatividade pastoral»

Braga acolheu primeiro Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja

Braga, 18 out 2011 (Ecclesia) – A Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais incentivou hoje, em Braga, as dioceses a recorrerem à “criatividade pastoral” no sentido de valorizarem o património da Igreja Católica.

O desafio foi lançado por D. Carlos Azevedo, membro daquele organismo e bispo auxiliar de Lisboa, durante o Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja, que decorreu no Auditório Vita, subordinado ao tema “Património da Igreja: Conhecer e Fruir”.

Na conferência inagurual do evento, dedicada ao tema “Expressões de Fé: dinamização e divulgação dos Bens Culturais da Igreja”, o prelado lembrou aos responsáveis diocesanos presentes que “a conservação do património destina-se a continuar a transmitir uma mensagem”.

Estes objetos artístiticos podem ser “vestígios do passado”, admite, mas “constituem a memória estável da comunidade cristã” e, acima de tudo, são uma forma de “acesso a Deus” na cultura contemporânea.

Uma das formas apresentadas por D. Carlos Azevedo para a dinamização pastoral dos bens culturais da Igreja foi a realização de “visitas guiadas” com “crianças e adolescentes”, nas respetivas paróquias, por exemplo, para além da elaboração de “guias” adequados para os diversos espaços patrimoniais.

Para o bispo, “é bom que a fé cristã, na sua expressão religiosa”, seja geradora de “comunhão”, e a arte apresenta-se como um caminho nesse sentido.

Posteriormente, o responsável pelo inventário artístico da diocese de Évora, Artur Goulart, falou sobre as “potencialidades” deste género de iniciativa, desde que obedeça “com rigor e bom senso, aos seus objetivos eclesiais e científicos”.

Ricardo Aniceto, diretor do serviço de arquivo histórico do patriarcado de Lisboa, disse por sua vez que “falta uma estratégia proativa” na Igreja Católica em relação a “esta tipologia de bens culturais” [arquivos].

Os dois especialistas concordaram na ideia de que as limitações financeiras não são um obstáculo incontornável na promoção de iniciativas nestes campos, podendo ser desenvolvidas com o apoio do voluntariado e de parcerias, em particular entre paróquias e municípios.

Este evento foi promovido pelo Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja (SNBCI) para refletir sobre a forma como os dirigentes e responsáveis eclesiais dinamizam e divulgam o seu património, e a maneira como a arte sacra tem contribuído para a transmissão da fé à sociedade.

A primeira edição contou ainda com a presença de D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, e de Sandra Costa Saldanha, diretora do SNBCI.

Para o arcebispo de Braga, a Igreja deve “criar mentalidade para conhecer, num autêntico projeto cultural”.

“Por vezes só sabemos o valor duma peça de arte da comunidade a que pertencemos quando é roubada e a comunicação social a descreve com elementos valorativos que outros descobrem antecipadamente”, lamentou D. Jorge Ortiga, no discurso de abertura.

 

OC/JCP

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Agência ECCLESIA

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