Património: Diocese e sociedade civil unem-se para recuperar as portas da igreja Matriz de Santiago do Cacém

Monumento nacional «que o Estado votou ao abandono» vai ser palco de noite de fados

Santiago do Cacém, Setúbal 19 ago 2013 (ECCLESIA) – A igreja Matriz de Santiago do Cacém vai acolher, este sábado, o espetáculo uma “Oração tão pequenina”, uma noite de fados que pretende reunir fundos para o restauro das portas deste templo.

A diocese de Beja “aposta na mobilização da sociedade civil para defender um monumento nacional que o Estado votou ao abandono”, informa um comunicado enviado à Agência ECCLESIA pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja (DPHADB).

“A situação não se afigura fácil. O Ministério das Finanças, dono do imóvel, é um proprietário absentista”, assinala José António Falcão, diretor do DPHADB.

O responsável acrescenta que a paróquia “com a manutenção de vários locais de culto” não tem capacidade de responder sozinha às necessidades desta igreja pelo que o objetivo da noite de fados é reunir fundos para o restauro “das portas mais do que duplamente centenárias”.

O espetáculo, de inspiração religiosa, é organizado pelo departamento em parceria com a paróquia local e começa às 21h30.

Do cartaz fazem parte “fadistas amigos do monumento” como Maria da Graça de Noronha, Maria do Amparo Cid, Teresa Brum Pinheiro, Eduardo Falcão, Carlos Guedes de Amorim, Nuno Siqueira e José Lebre acompanhados pelos guitarristas Edmundo Albergaria e José Burnay, na viola Rui Silveira e Joaquim Coutinho e na viola-baixo Manuel de Mello Gomes.

“Este edifício possui belíssimas condições acústicas, sobretudo para a voz e os instrumentos de cordas, e já serviu para gravações históricas”, destaca José António Falcão.

Classificado como Monumento Nacional em 1910, a igreja matriz de Santiago do Cacém, dedicada ao apóstolo Santiago Maior foi construída no início do século XIII e é um dos “mais belos testemunhos do Gótico português”.

Este é “o monumento mais visitado do concelho” mas, segundo o responsável, não se cobram bilhetes de entrada porque “esporadicamente” existem celebrações religiosas no edifício.

Para o diretor do DPHADB, tal como acontece noutros locais, “vai ser preciso redesenhar uma estratégia de sustentabilidade entre o uso cultual e cultural”.

O Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja reconhece “a necessidade de lançar pontes entre espiritualidade e arte” na primeira vez que a igreja matriz de Santiago do Cacém, que acolhe o Festival Terras sem Sombra, recebe um espetáculo de fado.

CB/LS

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