Visitas guiadas, poesia, leituras bíblicas e da encíclica ‘Laudato Si’, são algumas das propostas do programa
Viseu, 25 fev 2022 (Ecclesia) – A exposição interdiocesana ‘Diálogos. Na beleza das obras contemplamos a beleza do criador’ chegou à Diocese de Viseu, com novas peças do património da Igreja que podem ser visitadas, até dia 21 de agosto, no Museu da Misericórdia.
“Esta exposição de ‘diálogos’, juntando várias dioceses, mostra como têm um património riquíssimo, com materiais muito diversificado, e que devemos partilhar com as comunidades, quer de crentes, quer não crentes, turistas, que visitam estes projetos”, disse a diretora do Departamento Diocesano dos Bens Culturais de Viseu à Agência ECCLESIA.
Fátima Eusébio revela que as novas peças desta Igreja local incluem uma “descida da cruz”, do século XIX, que foi recentemente oferecida à diocese, e, “três campainhas, que são propriedade da casa episcopal”, no núcleo dos materiais mais diversificados, como os metais.
Sobre a “descida da cruz”, a diretora dos Bens Culturais de Viseu explica que apresenta “toda a figuração, com imagens em dimensão reduzida”, na linha dos presépios Machado de Castro, mas “é executada em madeira” e não em barro.
A exposição ‘Diálogos. Na beleza das obras contemplamos a beleza do criador’ é uma iniciativa interdiocesana de Aveiro, Guarda, Lamego e Viseu, com cerca de 50 peças, que não estavam afetas ao culto, e que podem ser visitadas, até dia 21 de agosto, no Museu da Misericórdia viseense.
Provenientes da Diocese de Viseu, os visitantes podem ver dois candelabros em talha dourada, “muito elaborados na sua constituição com integração de figuras”, que “abrem a exposição no núcleo dedicado à madeira”.
Fátima Eusébio conta que estas peças fazem parte de um conjunto de cinco candelabros da igreja do Carmo dos Terceiros de Viseu, que “estavam arrumadas, muito degradadas e muito fragmentadas”, e ainda faltam restaurar dois.
Também estão expostos dois ‘Agnus Dei’, da Paróquia de São Pedro do Sul, num enquadramento de talha dourada “bastante elaborada e muito interessante”, são peças de cera de “pequenina dimensão” que eram objeto de “um cuidado revelador da fé” que as comunidades depositavam, que criaram dispositivos específicos para a sua incorporação.
A diretora do Departamento Diocesano dos Bens Culturais de Viseu destaca ainda, no setor da madeira, bustos relicários, que são “obras de escultura mas para incorporar as relíquias na parte central”, uma píxide, “mais pequenina” e “bastante interessante”, e ex-votos, um género de peças que “desapareceu muito”, e para além de “braços, pernas”, têm “algumas partes de animais”, e também pinturas, com a “inscrição alusiva ao milagre do santo”.
No núcleo da pedra, os elementos arquitetónicos estão representados por fragmentos da Catedral de Viseu, e “uma pequena escultura de granito”.
O bispo de Viseu assinalou que as quatro dioceses “empenharam-se” em apresentar obras e “fazê-las peregrinar” por estes territórios para “falarem de Deus e do seu mistério, desta obra da criação, da beleza de Deus nas vidas” das pessoas.
“Na escuta, no diálogo, na simplicidade, no serviço e na contemplação destas obras abraçamos a Igreja universal”, disse D. António Luciano, em declarações à Agência ECCLESIA.
O responsável diocesano adianta que há duas que o “tocam muito”, um “Jesus mutilado em várias peças porque houve abandono do cuidado pela arte” e uma imagem de Nossa Senhora, “que é o grande sinal revelador do amor de Deus”.
CB/OC