Em causa está a identificação de problemas e uniformização de procedimentos, para prevenir situações que coloquem em risco o espólio cultural da Igreja Católica
Lisboa, 21 jul 2011 (Ecclesia) – O grupo de trabalho para a conservação e restauro (GTCR) do património cultural da Igreja Católica pretende realizar, já a partir de setembro, um diagnóstico às práticas seguidas paróquias neste âmbito, que “se revelam muitas vezes insuficientes e desadequadas”.
A diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja (SNBCI), Sandra Costa Saldanha, referiu hoje à Agência ECCLESIA que “o esboço inicial já está traçado e o objetivo principal passa por recolher dados que permitam identificar problemas e definir uma linha orientadora de atuação”.
Este é um dos temas da reunião do GTCR, que decorre esta tarde, a primeira desde que o organismo foi oficialmente anunciado, na última terça-feira.
Na origem do grupo está o combate a uma “atuação autónoma que se tem verificado, ao nível da preservação do património eclesial, nas diversas paróquias e dioceses, e que em muitos casos se revela nociva”, realça a responsável do SNBCI.
A falta de recursos humanos qualificados para cuidarem devidamente do espólio que têm em mãos é uma das principais lacunas, assim como a inexistência de uma rede de fiscalização, que previna eventuais perdas.
Sandra Costa Saldanha diz “estar a par de muitas situações de risco, apesar de não haver neste momento um inventário de todo o património cultural da Igreja que se encontra afetado, outro problema que terá de ser resolvido”.
Apesar das instituições eclesiais se debaterem com falta de verbas, essa não se trata de uma lacuna decisiva, já que “muitas vezes o dinheiro existe, as intervenções é que são mal feitas, devido à falta de visão e sensibilidade”, aponta ainda a mesma responsável.
A diretora realça que “há um conjunto de organizações que têm responsabilidades, com as quais se deve colaborar na busca de soluções viáveis”.
O lançamento de um manual de procedimentos, que seja seguido por dioceses e paróquias na implementação de projetos de conservação e restauro é outro dos objetivos do GTCR.
Vai ainda ser disponibilizada uma base informática com dados relativos a empresas e recursos humanos ligados ao meio, uma espécie de “bolsa de valores” que permita resolver lacunas, ao nível da intervenção técnica.
JCP