Arcebispo de Braga assinalou «Dia do Património das Misericórdias»
Braga, 20 set 2013 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga revelou, hoje, a necessidade de diálogo com o Governo e que o ‘Dia do Património das Misericórdias’ assinala a sua “origem e finalidade muito precisa”.
D. Jorge Ortiga explicou que a origem do património da Igreja e das Misericórdias “emana duma comunidade crente” que partilha os seus bens para que as duas instituições cumpram a sua missão na atenção aos mais pobres e marginalizados da sociedade, que são os prediletos de Deus.
Por isso, as Misericórdias e a Igreja têm de “proteger e cuidar” de um vasto património, antigo e moderno, de âmbito social e artístico.
Segundo D. Jorge Ortiga, o Estado laico “não pode” deixar de realizar o princípio da Concordata que para além de primar pela separação também “reconhece a obrigação de colaboração, em vista ao bem comum”.
No Dia do Património das Misericórdias, o arcebispo de Braga pretendeu relançar o diálogo entre a Igreja, que deseja “abrir as portas à sociedade”, o Estado e o poder local que devem ser parceiros na edificação do referido bem comum.
Através deste diálogo, “transparente e sincero”, a Igreja e as suas instituições “só pretendem colaborar na construção duma sociedade mais justa”, assinalou.
Numa intervenção intitulada ‘Um património privado mas ao serviço de todos’, o arcebispo primaz de Braga reafirma a necessidade de “colaboração” com quem “gere os dinheiros públicos” para que o património possa ser disponibilizado, para ações artísticas e de sociais, com qualidade.
“Sempre defendemos que este património integre uma rede nacional (ou local) que o divulgue e valorize, mas que nunca perca a sua propriedade e, sobretudo, identidade eclesial”, clarificou D. Jorge Ortiga.
O prelado destacou que o património artístico da Igreja “encerra um valor incomensurável”, com bases na história de uma cultura religiosa católica, “que o gerou e suporta”, e que hoje é “alavanca” para o turismo religioso, onde o próprio Governo “vê” uma fonte de receita.
Para D. Jorge Ortiga o Dia do Património das Misericórdias deve ser uma oportunidade para que estas instituições continuem a oferecer à sociedade um “contributo sem complexos com competência e generosidade”.
CB/OC