Património: Catedrais devem juntar «culto» e «cultura»

D. Carlos Azevedo evidenciou o sentido histórico e religioso destes edifícios

Faro, 07 abr 2011 (Ecclesia) – O bispo e historiador D. Carlos Azevedo, vogal da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, destacou o sentido religioso e cultural das sés no congresso internacional Rota das Catedrais que hoje se iniciou em Faro.

“Culto sem cultura tem os dias contados”, disse o prelado, na abertura dos trabalhos, ao proferir uma conferência subordinada ao tema «Catedral, expressão histórica do magistério e do exercício pastoral».

Neste sentido, defendeu que as catedrais podem ser “espaços onde se aprofundam as implicações políticas e económicas da mensagem de Cristo” e se pode “chegar a gente de diferentes sensibilidades e dimensões culturais”.

O bispo auxiliar de Lisboa começou por salientar o sentido eclesial das Sés: “Entre os templos da diocese, o lugar mais importante pertence à catedral que é sinal de unidade da Igreja particular, lugar onde se realiza o momento mais alto da vida da diocese e se cumpre o ato mais sublime e sagrado do múnus santificante do bispo”.

“Catedral é também sinal do magistério e do exercício pastoral do bispo da diocese”, acrescentou.

O conferencista disse que a igreja catedral, “para assumir a tarefa de ser o coração da vida diocesana, deverá ser o lugar onde o bispo ensina, celebra e governa” e frisou que “o serviço pastoral do bispo está simbolizado de forma constante pela sua cátedra”.

“Catedral é o lugar onde o bispo tem a sua cátedra, a partir da qual educa e faz crescer o seu povo através da pregação, preside às principais celebrações do ano litúrgico. É a presença desta cátedra que constitui a igreja catedral, o centro espiritual e concreto de unidade e comunhão para o presbitério diocesano e para todo o povo santo”, afirmou Carlos Azevedo.

O bispo destacou que a catedral assume “caráter modelar” na decoração e nas celebrações, “uma tarefa constantemente a cuidar”.

“É na igreja mãe que os rituais devem brilhar com mais beleza. A sublimidade dos mistérios celebrados é aí mais expressiva. O espaço interno deve garantir a qualidade das celebrações. A distribuição exemplar de espaços internos é normativa para a diocese”, complementou.

Simultaneamente, o especialista evidenciou que “a igreja catedral desempenha um valor social próprio” e que as Sés são “fulcrais na evolução das cidades”, pois orientaram o seu crescimento.

O prelado salientou ainda o tempo em que a catedral era também o “lugar para a atividade letiva”.

Até 9 de abril, o congresso reúne cerca de 80 participantes, com a presença de especialistas portugueses e internacionais, bem como representantes de instituições ligadas à investigação, ao turismo, municípios e Igreja Católica.

SM/FD/OC

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