D. José Policarpo diz que «período difícil» exige prioridade ao bem comum e lamenta «crise de civilização»
Rio de Mouro, Lisboa, 01 jan 2013 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa pediu hoje que Portugal promova uma “autêntica política de proteção à família” para superar a atual situação em que se encontra, alertando para uma “crise de civilização” na Europa.
“Somos um país a lutar corajosamente para vencer um período difícil da nossa história. Mas olhemos corajosamente para o que está a acontecer às famílias: leis permissivas que não valorizam o aprofundamento dos seus valores constitutivos; leis fiscais que penalizam a família; a incapacidade de evitar que o drama do desemprego se abata sobre famílias inteira;”, disse D. José Policarpo, na homilia da missa da solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, Dia Mundial da Paz, a que presidiu na Paróquia de Rio de Mouro, arredores da capital portuguesa.
A diminuição da natalidade, acrescentou, “põe em causa o futuro da comunidade humana” que se pretende “salvar”.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa elogiou a mensagem “forte e profunda” que Bento XVI escreveu para este Da Mundial da Paz, particularmente relevante para as sociedades europeias, “a atravessarem uma profunda crise de civilização”.
“É preciso denunciar, com lucidez e coragem, os erros sociais e políticos em sociedades que não dão prioridade ao bem-comum”, alertou.
Neste contexto, destacou a importância da “promoção e defesa intransigente da dignidade da pessoa humana, a promoção da vida em todas as suas etapas e vicissitudes, a defesa dos direitos fundamentais da pessoa humana para que possa construir a sua dignidade”, entre os quais está “o direito ao trabalho”, sublinhado pelo Papa.
“A busca da paz coincide com a luta pela realização da plenitude humana, é um caminho que supõe uma verdadeira mística da paz, enraizada na cultura e concretizada nas opções práticas para a vida das comunidades humanas”, referiu D. José Policarpo.
O cardeal-patriarca disse ainda que as sociedades europeias têm de “voltar a valorizar a sabedoria contida na religião, constitutiva de um quadro cultural que favorece e exige uma mística da paz”.
“Todos os agentes culturais, as universidades e as escolas, os media, a Igreja, devem contribuir para uma transformação cultural que promova a verdadeira paz; que supõe um novo pensamento e uma conversão ideológica”, precisou.
Neste sentido, o presidente da Conferência Episcopal falou da paz como “um dom de Deus”: “É esta certeza que nos permite acreditar, em todas as circunstâncias, que a paz é possível”.
“É preciso, é urgente, anunciar de novo e por caminhos novos, a importância de Jesus Cristo para o futuro da humanidade”, defendeu.
OC