O Patriarca Alexis II, líder da Igreja Ortodoxa Russa, admitiu hoje que “não excluía” a hipótese de Bento XVI visita a Rússia, algo que nunca aconteceu com João Paulo II em virtude das relações tensas entre as duas Igrejas. “Não excluía essa hipótese antes e não excluo agora a visita do Papa à Rússia”, declarou Alexis II. O Patriarca de Moscovo falava aos jornalistas, em conferência de imprensa, após a cerimónia de entrega do célebre ícone da Mãe de Deus de Kazan, devolvido ao Patriarcado Ortodoxo por João Paulo II. Apesar da relativa abertura manifestada, Alexis II não abandonou o tradicional tom crítico em relação à Igreja Católica, explicando que a visita seria possível “sob certas condições, se os problemas existentes forem resolvidos” e lembrando que nunca houve na história um encontro entre um Papa e um Patriarca de Moscovo. Após a eleição de Bento XVI, em Abril passado, disse esperar “um diálogo frutuoso” entre as duas Igrejas, exigindo, contudo, uma mudança radical da política do Vaticano na Rússia e nos antigos territórios soviéticos, acusando a Igreja Católica de “proselitismo”. Um sinal O ícone de Kazan, que agora regressa à sua cidade de origem, fora devolvido em Agosto do ano passado por João Paulo II; num gesto simbólico de “boa vontade” ao Patriarca Alexis II. Hoje, para a cerimónia que marcou a devolução da imagem a Kazan, nenhum representante do Vaticano foi convidade. “Este ícone, pela graça de Deus, ocupou um lugar particular, não só na história de Kazan, mas na história de toda a Rússia”, disse o Patriarca de Moscovo na celebração que decorreu na igreja da Anunciação. A imagem tinha estado exposta na capela privada de Alexis II em Moscovo. Notícias relacionadas • Ícone de Kazan volta a casa • Vaticano avança no diálogo com a Rússia
