Patriarca lembra «ideal cristão» do casamento

Catequese quaresmal de D. José Policarpo sublinha importância da doação, fidelidade e fecundidade no matrimónio

Lisboa, 05 mar 2012 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, sublinhou este domingo que o casamento cristão é mais do que a satisfação natural da atração entre os membros do casal, pelo que implica uma relação constante com Deus.

O sacramento do matrimónio pressupõe “que as pessoas sejam capazes de confrontar o seu desejo de se casar com o ideal cristão que isso supõe, percebendo, nesse discernimento, que querem ir mais longe do que a realização instintiva do amor do homem e da mulher para constituir uma família”, afirmou na Sé lisboeta.

“Mesmo para os cristãos a dimensão do casamento que prevalece é a natural, um instinto muito forte da natureza humana”, disse o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, numa intervenção em vídeo publicada no site do Patriarcado de Lisboa.

D. José Policarpo considerou que “é muito difícil realizar a vocação cristã do casamento se só um [dos membros do casal] tem esse ideal”, condicionante que, ressaltou, deve ser ponderada pelos casais que querem receber o sacramento do matrimónio.

Percorrer o caminho “do amor à caridade”, título desta catequese, “é passar de um amor instintivo, simplesmente com a força da natureza, para essa outra forma de amar que tem a sua origem no amor de Deus”, explicou.

A vida do casal deve ser uma oferta permanente: “Os esposos são chamados continuamente a fazer de toda a sua expressão um dom: ao outro, à família que constituíram, à Igreja a que pertencem e à humanidade, tão necessitada de um amor generoso”.

O casamento cristão não pode ser motivado por “um certo egoísmo encapotado de quem, no fundo, procura a sua felicidade pessoal e o seu bem-estar”, assinalou o cardeal-patriarca, que também destacou a importância da fidelidade.

“O amor como o conhecemos nas forças da natureza é frágil demais para ser capaz da fidelidade”, referiu D. José Policarpo, lembrando “os sentimentos mais belos um dia prometidos e declarados” que redundam em “sofrimento e drama para os esposos e para os filhos”.

A terceira vertente do casamento cristão destacada na catequese foi a “fecundidade”, manifestada na “capacidade de dar a vida em todas as circunstâncias” e que se revela “numa imensidão de atos de generosidade e amor” que só Deus conhece.

Depois de salientar que “o casamento cristão não é apenas a vocação humana para o casamento” mas “vocação para a santidade”, o cardeal declarou que “uma Igreja em que as famílias não se amem em Cristo é uma Igreja pobre” e que dificilmente encontrará maneira de ser santa e anunciar “o amor de Deus pelos homens”.

“Ser generoso no dom, ser fiel mesmo quando já é difícil e ser fecundo é o desafio permanente de uma família cristã, e só assim ela tem a esperança da eternidade”, resumiu D. José Policarpo.

As catequeses quaresmais do cardeal-patriarca prosseguem no domingo, na sé, às 18h00, com uma intervenção dirigida ao mundo da cultura, que vai ser antecipada por um convite que D. José Policarpo vai fazer em vídeo e que o Patriarcado de Lisboa divulga na quarta-feira.

RJM

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