Patriarca diz que a fé exige actos concretos

D. José Policarpo iniciou ciclo das catequeses quaresmais sobre o «poder criador da Palavra», desde a origem do mundo D. José Policarpo iniciou este Domingo o ciclo das catequeses quaresmais de 2009, sobre o «poder criador da Palavra», defendendo que não há lugar para “belíssimos discursos sobre a pobreza, que não levam a nenhuma acção em favor dos pobres”. “O que é esta fé sem as obras? Pode ser uma adesão intelectual à Palavra, mas falta-lhe a coragem de exprimir em acções o que a Palavra sugere”, referiu, na sua primeira catequese, intitulada “O poder criador da Palavra: as obras da Palavra”. O Cardeal-Patriarca de Lisboa indicou que a Palavra “sugere atitudes, exige mudança e generosidade”. “Acolher a Palavra é aceitar a sua exigência e empenhar a nossa vontade na realização das acções que ela sugere. No seu ensinamento, Jesus alerta para o perigo de acolher a Palavra sem a transformar em atitudes. É o sentido da Parábola do Semeador. Só num pequeno grupo a semente dá fruto abundante”, referiu. D. José Policarpo explicou que “tendo em conta os desafios de autenticidade cristã que se apresentam à Igreja nesta sociedade complexa, em que vivemos”, decidiu abordar “o poder criador da Palavra, que tem de ser compreendida no contexto mais vasto da eficácia sacramental da Igreja”. “Teremos de nos perguntar porque é que a Palavra de Deus, que tão abundantemente escutamos, não é eficaz, produzindo em nós, na Igreja a que pertencemos, a mensagem que anuncia”, disse. “Porque é que a Palavra não nos mobiliza para um ideal de humanidade, carregado de grandeza ética, que além de ser fermento para toda a sociedade, seria o nosso caminho de santidade?”, questionou. Para D. José Policarpo, “não há fé viva sem fidelidade, e esta não consiste em pensar sempre da mesma maneira, aceitando o ensinamento da Palavra de Deus; a fidelidade situa-se no campo da caridade, da luta pela justiça, pela vida, pela verdade”. Criação e evolução O Patriarca de Lisboa lembrou que “ao contrário das cosmogonias antigas, a Bíblia explica a criação do mundo e do homem como fruto eficaz da Palavra pronunciada por Deus”. “A Palavra criadora é a fonte da inteligibilidade da criação, porque tudo é fruto da Palavra e esta é inteligível, é reveladora dum sentido, manifesta o desígnio que presidiu à criação”, observou. Para D. José Policarpo, “o próprio homem, enriquecido com o dinamismo da evolução progressiva, é fruto de uma Palavra de Deus”. “A partir do acto criador, a existência do homem sobre a terra transforma-se em história. Deus continua a ter um desígnio para essa história, a Sua Palavra intervém na história, é, desde o início, uma palavra de salvação, mas a eficácia criadora dessa Palavra pode encontrar a barreira na liberdade humana”, indicou. “Na origem do ser das coisas, a Palavra de Deus é o fundamento sólido da própria realidade”, afirmou ainda. Notícias relacionadas • Catequese do 1º Domingo da Quaresma de D. José Policarpo

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