O Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, reconhece numa entrevista concedida à Rádio Renascença que pode não ser pacífico conceder tolerância de ponto para a visita do Papa, mas confia numa decisão nesse sentido por parte do Governo
“Penso que o Governo da nação terá com certeza em atenção o visitante que tem”, afirma, lembrando a tolerância de ponto nas escolas em 1982. No caso da diocese de Lisboa, o Patriarca confia na mobilização dos cristãos para a visita do Sumo Pontífice.
Lisboa será a primeira paragem de Bento XVI, que irá celebrar missa no Terreiro do Paço – um espaço que continua em obras, mas que D. José Policarpo acredita que tudo estará pronto a tempo e horas e que o Bispo de Roma terá uma recepção calorosa, tal como teve o seu antecessor, João Paulo II.
Os casamentos de Santo António contarão, este ano, com a bênção da Igreja, mas a questão vai ser ponderada no futuro. Tudo por causa dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
O Cardeal Patriarca chegou a cancelar o apoio do Patriarcado quando soube que a Câmara de Lisboa admitia incluir casais homossexuais, mas o desmentido do presidente da autarquia, António Costa, fê-lo voltar atrás.
D. José Policarpo não esconde, contudo, que a iniciativa não lhe agrada desde que foi alargada, em 97, aos casamentos civis. A nova lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo é outro assunto de que desgosta – mais do que o preocupa.
“Desgosta-me, porque significa um desvio de cultura e civilização muito sério. Tenho desgosto por viver num tempo em que isso acontece. Porque na prática, ele significa pouca coisa, os países que têm ido por aí reconhecem que são fenómenos episódicos. O que significa para a juventude é que ainda ninguém avaliou”, alerta.
Com Rádio Renascença