O Patriarca Latino de Jerusalém aproveitou o Domingo de Páscoa para falar sobre os difíceis momentos que a Terra Santa atravessa, denunciando o clima de “humilhação e medo” em que vivem as populações. “O mal de nossa terra é o sangue derramado, é a pessoa humana desprezada e submetida à humilhação e ao medo. É o assédio, o muro de separação, a insegurança”, denunciou o prelado, num dia de Páscoa em que a afluência a Jerusalém de peregrinos estrangeiros foi reduzida, pelo quarto ano consecutivo. A ausência de católicos palestinianos dos territórios ocupados foi evidente na Basílica do Santo Sepulcro, pois não puderam obter a autorização para participar da celebração litúrgica, por causa do bloqueio imposto por razões de segurança pelas autoridades israelitas. “Todos os planos apresentados agora para dar segurança a esta terra carecem da presença de Deus, porque são planos de morte ou de vida às custas dos demais. Ninguém tem o direito de reclamar a sua segurança à custa da dignidade dos demais ou da vida e da terra dos demais”, acusou. D. Michel Sabbah explicou na homilia à luz da ressurreição de Jesus que “os tempos difíceis são momentos de graça e não de desespero, nem tampouco de vingança”. “São tempos nos quais acontece o encontro com a santidade de Deus que nos ensina seus caminhos para resolver nossos problemas e nossos contrastes por meio do Espírito que foi infundido em nossos corações, graças ao qual alcançamos a força para vencer o mal com o bem”, afirmou. Dirigindo-se ao povo judeu, “que festeja sua Páscoa nestes dias”, o Patriarca desejou que seja “uma Páscoa santa diante de Deus e no seu amor”. “Desejamos-lhes a segurança que estão a buscar, ainda que os caminhos empreendidos até agora sejam caminhos que levam à insegurança”, assegurou.
