D. Rui Valério assinala memória dos pastorinhos, que «colocaram e viveram com Deus no centro das suas vidas»
Lisboa, 20 fev 2025 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa destacou hoje, data da festa litúrgica dos santos Francisco e Jacinta Marto, a comunhão com Deus que os pastorinhos de Fátima viviam no dia a dia e não apenas quando estavam na igreja, na catequese ou na Eucaristia.
“Era uma espiritualidade do quotidiano, um pouco na linha daquilo que o Papa Francisco nos deixou na exortação a propósito da santidade. ‘Os santos da porta ao lado’. São Francisco e Santa Jacinta viveram isso mesmo”, afirmou D. Rui Valério.
Em declarações à Agência ECCLESIA, à margem da tomada de posse canónica de D. Sérgio Dinis, bispo das Forças Armadas e Forças de Segurança, o patriarca de Lisboa sublinhou que os pastorinhos de Fátima “eram os santos que viveram a sua santidade no quotidiano”.
Esta é para D. Rui Valério uma das razões para celebrar a festa litúrgica dos dois santos, apontando como outro dos motivos a forma como “Francisco e Jacinta colocaram e viveram com Deus no centro das suas vidas”.
O patriarca de Lisboa evocou ainda uma terceira dimensão, a “da eclesialidade, da vida da Igreja”, acrescentando que os dois irmãos “viveram e desenvolveram a sua fé e a sua prática, não isoladamente, mas no contexto de uma Igreja viva”, a igreja de Fátima.
“Hoje, para nós, isso é um chamamento. Particularmente quando nós verificamos que não é preciso ser jovem ou adulto para viver isolados”, realçou o responsável católico.
D. Rui Valério alertou para o “problema do isolamento e da solidão”, que começa a surgir “e com uma atrocidade grande, mesmo na infância”.
“Crianças que a melhor companhia que têm é a televisão ou o telemóvel. E Francisco e Jacinta estão-nos a dizer que nós somos, desde que nascemos até à nossa partida para a casa do Pai, nós somos ser em relação, ser relacionais”, disse.
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Na homilia da Eucaristia da tomada de posse canónica que aconteceu hoje na Igreja da Memória em Lisboa, o bispo das Forças Armadas e de Segurança aludiu à festa litúrgica dos dois santos, que salientou também em declarações à Agência ECCLESIA.
“Em Francisco e Jacinta Marto, nós descobrimos que a santidade é puro dom de Deus. Eles são santos, não simplesmente por serem crianças inocentes, mas, acima de tudo, por abrirem o seu coração, por colocarem o seu ser, a sua existência à vontade de Deus”, afirmou D. Sérgio Dinis.
Segundo o bispo do Ordinariato Castrense, nos santos pastorinhos de Fátima entende-se que a santidade é “puro dom de Deus”, é ação de Deus em cada um e por isso basta ter o coração “disponível, aberto”.
“Vivermos a memória de São Francisco Marto e Santa Jacinta Marto ajuda-nos a descobrir, essencialmente, isso, que Deus faz de nós, quer fazer de nós santos, basta quebrarmos as nossas vidas, o nosso coração, à sua graça”, concluiu.
O dia 20 de fevereiro é a data escolhida para a festa litúrgica dos Santos Francisco e Jacinta Marto, canonizados pelo Papa Francisco a 13 de maio de 2017, na Cova da Iria.
LJ/OC