Irmã Ângela Coelho vai assumir funções junto da Congregação para as Causas dos Santos
Fátima, Santarém 18 jul 2012 (Ecclesia) – A irmã Ângela Coelho foi nomeada postuladora da causa de canonização de Francisco e Jacinta Marto, pastorinhos de Fátima, e passa a ser responsável por “todas as diligências a tomar em Roma” sobre este processo.
O decreto da nomeação, tornado hoje público, sublinha que “para além da prática da Medicina, mantém as funções que exerce na diocese e desempenhará o cargo de postuladora junto da Congregação para as Causas dos Santos, organismo da Santa Sé.
A religiosa não tem previsões para a data da canonização dos dois pastorinhos, beatificados por João Paulo II a 13 de maio de 2000, e refere que “ainda não se vê a meta ao fundo”, visto que “falta o milagre” necessário para a conclusão do processo.
O anterior postulador romano, padre Paolo Molinari, deixou de poder exercer essas funções por motivos de “idade e também de saúde”, disse à Agência ECCLESIA a irmã Ângela Coelho.
Com as novas funções, a religiosa da Congregação da Aliança de Santa Maria reconhece que tem “uma responsabilidade maior” porque terá de estar em contacto com o prefeito da referida congregação, cardeal Angelo Amato, visto que “faz a ponte entre o trabalho local e o trabalho realizado em Roma”.
Em relação ao número de idas a Roma para tratar de assuntos relativos à canonização de Francisco (1908-1919) e Jacinta Marto (1910-1920), a nova postuladora reconhece que “haverá épocas em que é necessário ir muitas vezes e outras menos”, mas “não é previsível, uma média”.
A nível diocesano, a religiosa natural de Baião (Porto), frisa que continua com o cargo da “difusão local, leitura das cartas e promoção do culto”.
A sede da postulação, em Fátima, tem recebido muitas cartas a relatar episódios de graças: “É interessante verificar que chegam de todas as partes do mundo, mas nenhuma apresenta as características necessárias para avançar em termos de milagre”.
As cartas são todas objeto de análise – “tenho de as ler todas” -, mas devido à formação médica que possui, a irmã Ângela Coelho faz desde logo a triagem e reconhece que muitas são para arquivar.
“Se alguma carta colocar dúvidas”, a responsável pede ajuda “a especialistas”.
Segundo a nova postuladora, “é interessante verificar que onde chegou o culto a Nossa Senhora de Fátima chegaram também estas duas crianças”, avançou e conclui: “Gostaria muito que os pastorinhos fossem canonizados até 2017, mas não sei se vai acontecer”.
Nesta, como em qualquer causa, após exame profundo da documentação efetuada pelos teólogos e especialistas, compete ao Papa declarar a autenticidade dos milagres e a canonização.
A canonização é a confirmação, por parte da Igreja, que um fiel católico é digno de culto público universal (no caso dos beatos, o culto é diocesano) e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.
Francisco e Jacinta Marto, irmãos pastorinhos que, segundo o testemunho reconhecido pela Igreja Católica, presenciaram as aparições da Virgem Maria na Cova da Iria, entre maio e outubro de 1917, são os mais jovens beatos não-mártires da história da Igreja Católica.
LFS/OC