Pastoral Universitária: 33 jovens deram vida ao sonho de fazer «Missão País» no Funchal (c/vídeo)

Momentos de oração online e tarefas comunitárias de serviço ofereceram experiência de uma Igreja próxima e participada

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Funchal, Madeira, 24 fev 2021 (Ecclesia) – A Universidade da Madeira organizou pela primeira vez na região a ‘Missão País’, que durante uma semana reuniu 33 jovens, ultrapassando obstáculos em tempo de Covid-19 com entusiasmo e inquietação espiritual nos participantes.

Joana Freitas, chefe da missão, acredita que são atividades como esta que mudam a “ideia que se tem da Igreja” e promovem uma maior aproximação aos jovens.

“Amigas minhas, que não são crentes, ligaram-me várias vezes para me perguntar como estava a correr a semana de missão. No meu testemunho partilho o que vivo, às vezes tenho sucesso, outras não. E é desta forma que se muda a visão que temos da Igreja: Testemunhar e missionar com os outros”, conta à Agência ECCLESIA a jovem de 22 anos.

A ‘Missão País’ na Diocese do Funchal envolveu 33 jovens e, apesar de se ter de adaptar aos condicionamentos que a pandemia impõe, com regras diferentes no arquipélago, a organização conseguiu promover momentos online e de experiência comunitária ao vivo, de 15 a 22 de fevereiro.

Se inicialmente a semana estava toda pensada para a Paróquia do Campanário, no Concelho da Ribeira Brava, onde os momentos seriam organizados em função das famílias, dos adolescentes e dos idosos, “percebeu-se que não seria possível ficarem todos a dormir no mesmo espaço”, explica o assistente espiritual, o padre Carlos Almada.

João Pinto, outro chefe da missão, conta que a opção foi levar a missão para o centro do Funchal.

“O dia começava em casa onde os participantes dormiam, e rezavam via zoom a oração inicial, com pistas para refletir. De tarde havia atividades e jogos, em conjunto, e ao final da tarde e à noite, voltávamos a casa, para terminar o dia também com oração”, refere.

O grupo sentia necessidade de “responder a tanto que estavam a receber” e a opção foi conjugar forças para reabilitar um espaço vizinho da Universidade, a Domus Emaús.

“Muitas associações estavam fechadas e não podíamos ajudar voluntariamente; pedimos para usar uma casa, ao lado da Universidade, a Domus Emaús, e estivemos a limpar a casa, criamos o nosso espaço, e um mural com a nossa marca da Missão País”, explica o chefe.

Catarina Nunes, a estudar Direito no continente, optou por regressar para passar férias em casa e sente-se feliz pela oportunidade de ter participado na primeira ‘Missão País’ na região.

“Ajudou-me a trazer a missão cá para casa; a minha família é crente, mas está mais afastada e a possibilidade de ter momentos em casa foi um reacender a presença de Deus aqui”, traduz.

Dias depois de ter terminado a Missão País, a jovem de 19 anos diz que tem ainda na cabeça muitas perguntas com que foram confrontados, em especial, “as que impelem a arriscar”.

“São perguntas que tocam na ferida e na minha realidade. A que mais me tocou foi sobre arriscar e ir até à outra margem, deixar-me ir. É difícil confiar e não querer controlar. Foi o que mais refleti, desafiando-me a confiar”, explica.

Joana Freitas conta que a missão a ajudou a olhar para si como “uma jovem católica sem vergonhas” e João Tomás encontrou nesta participação o seu regresso à Igreja, confirmando que a ‘Missão País’ não é para jovens com certezas, mas também para quem tem dúvidas.

“Vivemos esta semana como discípulos: rezamos, refletimos, falamos com Deus e agora trazemos para o mundo a Sua mão”, conta o estudante de Medicina, que sublinha a importância de a Missão ser equilibrada em termos de “oração e serviço”.

O padre Carlos Almada fala em semente que foi colocada e que agora importa continuar a cuidar, pelas obras e iniciativas dos jovens, e pela disponibilidade do padre para os acompanhar nas dúvidas.

“O modelo deste sonho é a linguagem com que se transmite a mensagem. O contacto com o serviço, a palavra de Deus e experimentar nesta semana a realidade da nossa vida, que não é um extra, mas a continuidade dela. Os dias seguintes pedem que continuemos a missão”, sublinha.

LS

‘Porque temes? Sou eu’ é o lema da ‘Missão País’ 2021, em Portugal; as propostas adaptadas à atual situação pandémica estão a envolver 63 missões, 504 chefes e dois mil missionários, desde o dia 17 de janeiro.

A iniciativa do Movimento Apostólico de Schoenstatt, com o propósito de “inspirar gerações que vivam a fé Católica em Missão”, começou com 20 jovens missionários universitários em 2003.

Desde a sua criação já se realizaram mais de 154 missões, segundo dados da Comissão Episcopal Laicado e Família, da Conferência Episcopal Portuguesa.

 

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Agência ECCLESIA

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