Corinna Cappozzo, do Setor Pastoral Prisional algarvio, destaca que vão «por toda a comunidade»
Faro, 28 mai 2024 (Ecclesia) – A responsável do Setor da Pastoral Prisional da Diocese do Algarve afirma que o projeto cultural com reclusos do Estabelecimento Prisional de Faro, patente numa exposição de desenho e poesia, é “um poderoso lembrete do potencial transformador da arte”.
“[Projeto] não só proporciona um meio de reabilitação e ocupação para os reclusos, mas também serve como um poderoso lembrete do potencial transformador da arte e da importância da reintegração social”, disse Corinna Cappozzo, ao jornal diocesano ‘Folha do Domingo’.
A equipa da Pastoral Penitenciária da cidade de Faro inaugurou uma exposição itinerante de desenho e poesia, da autoria dos reclusos, no dia 25 de maio, que, agora, pode ser visitada na igreja matriz de São Pedro de Faro, até 2 de junho, e a entrada é gratuita.
‘É preciso que todas as crianças possam sorrir’, é o tema desta iniciativa que celebra o Dia Mundial da Criança (1 de junho) e pretende sensibilizar a comunidade para a importância dos seus direitos.
A responsável do Setor da Pastoral Prisional da Diocese do Algarve explicou que esta exposição resultou de uma proposta à nova direção do Estabelecimento Prisional de Faro para realizarem um workshop de desenho e escrita com os reclusos; a direção dos serviços prisionais aceitou e os reclusos também mostraram-se interessados na atividade, que começou no dia 6 de abril.
Segundo Corinna Cappozzo, que também faz parte da equipa da Pastoral Penitenciária de Faro, um dos objetivos foi também que este serviço pastoral chegasse a detidos que se identificam como “pessoas agnósticas”.
“Não vamos lá apenas pelos detidos, mas por toda a comunidade”, acrescenta, recordando que o vice-diretor do Estabelecimento Prisional “começou a frequentar a catequese de adultos, foi crismado e aproximou-se” da Igreja.
O serviço pastoral da Diocese do Algarve no Estabelecimento Prisional de Faro consiste num encontro semanal, à terça-feira, para “apoio espiritual” e a realização de celebrações no Natal e na Páscoa.
O jornal ‘Folha do Domingo’ destaca que a equipa tem como assistente o cónego Carlos César Chantre e, há cerca de um mês, integrou duas religiosas Missionárias da Caridade, as irmãs de Calcutá, promove o diálogo e a assistência religiosa aos reclusos com as outras denominações cristãs e com outras religiões.
“Temos muçulmanos marroquinos nos nossos encontros e pedimos ao Centro Islâmico de Faro que enviasse um representante para os assistir”, acrescenta Corinna Cappozzo.
A responsável do Setor da Pastoral Prisional da Diocese do Algarve lembra também quatro moldavos, que “quase não falam português”, mas participam nos encontros, e já contactaram um padre ortodoxo russo, do Patriarcado de Moscovo, que “precisava de uma ponte com a direção do Estabelecimento Prisional de Faro”.
CB/OC