Padre José Luís Gonçalves apelou à vacinação de colaboradores e voluntários prisionais para concretização do trabalho pastoral junto da população reclusa
Lisboa, 10 jul 2021 (Ecclesia) – A Cáritas Portuguesa quer aproveitar os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência para criar respostas de ajuda as pessoas em situação de vulnerabilidade, criando condições de auxílio e acompanhamento para pessoas reclusas.
A intenção foi partilhada no XVI Encontro Nacional de Colaboradores e Voluntários Prisionais, que decorreu hoje, em formato on-line, contribuindo, desta forma, para a concretização do protocolo assinado entre a instituição de ação social da Igreja católica e a Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.
O protocolo prevê a possibilidade de as Cáritas diocesanas, dentro das suas especificidades, auxiliarem no acolhimento em situação de saída precária ou liberdade condicional das pessoas reclusas, ajudarem na valorização do trabalho realizado e o possível escoamento de produtos feitos em contexto prisional, bem como a formação, capacitação e sensibilização de voluntários para ações neste âmbito pastoral.
Rita Valadas, presidente da Cáritas Portuguesa, afirmou a “total disponibilidade” para dar continuidade à colaboração e ao desenvolvimento de aspetos do protocolo menos conseguidos até ao momento.
“A Cáritas está alinhada em continuar esta ação, em perceber como a construir melhor. Trata-se de um protocolo ambicioso que na verdade numa foi totalmente cumprido. É importante olhar para ele e perceber a forma como pode ser concretizado, valorizar os muitos voluntários, que tantas vezes não têm consciência que são rede”, afirmou a responsável.
D. Joaquim Mendes, enquanto coordenador da pastoral na Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, falou do desejo de incluir os 2177 jovens, entre os 16 e os 29 anos, que se encontram em estabelecimentos prisionais, em processos de preparação para a JMJ e deu conta de “desenvolvimentos com responsáveis” para esse objetivo.
“Sonhamos que os jovens da prisão de Leiria possam participar na área artística com algum projeto, e eventualmente até participar em algumas catequeses”, avançou, partilhando o caminho para fazer deste encontro umas “JMJ inclusivas e para todos os jovens”.
O responsável na Conferência Episcopal Portuguesa para o acompanhamento à pastoral penitenciária quis valorizar a ação dos voluntários, que “exprime a beleza da missão” pastoral e pediu apoios para criar “núcleos de reflexão bíblica” e reforço das equipas para “alargar presença e ação”.
“Muito do bem que se faz não é conhecido, mas cabe-nos semear com amor e sem desanimar. Mesmo que encontremos dificuldades e não vejamos os frutos. Mesmo quando não somos escutados e acolhidos, também isso é missão”, reconheceu.
Devido à pandemia o trabalho dos voluntários, capelães e assistentes espirituais dos estabelecimentos prisionais foi condicionado.
O padre José Luís Gonçalves, coordenador nacional da Pastoral Penitenciária, deu a indicação que o processo de vacinação da população reclusa “deverá terminar este mês” e pediu que também os agentes pastorais possam contribuir para a “proteção dos reclusos”, procurando desta forma, “acautelar a sua proteção e vacinação”.
A participar no encontro, Sónia Rosendo, da Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, apontou o papel do voluntário na “reabilitação” da pessoa reclusa, em especial “no regresso à vida em sociedade” e sublinho que o apoio dos voluntários “é essencial aos técnicos que exercem a sua função dos estabelecimentos prisionais”.
A responsável afirmou estar em preparação o Programa de Gestão do Voluntariado em Meio Prisional, um projeto em desenvolvimento com a cooperativa de solidariedade «Aproximar».
O padre José Luís Gonçalves anunciou a realização da peregrinação nacional da Pastoral Penitenciária a Fátima para o dia 18 de setembro.
LS