Responsável destaca a necessidade de cuidar das «várias linhas de pensamentos que a realidade juvenil sente e vive»
Lisboa, 16 nov 2017 (Ecclesia) – O padre Filipe José Diniz, de 35 anos, da Diocese de Coimbra, é o novo diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ), anunciou hoje a Conferência Episcopal Portuguesa, reunida em Assembleia Plenária.
Em entrevista ao gabinete de comunicação do DNPJ, enviada à Agência ECCLESIA, o sacerdote realça a necessidade da Igreja Católica “procurar modelos e métodos de evangelizar os jovens de acordo com este tempo” e “criar espaços de diálogo e que os ajude a discernir o seu caminho”.
Neste sentido, está no horizonte a criação de “uma equipa de conselho permanente para encontrar um projeto que se ajuste à pastoral juvenil nacional”.
Para já, esta nova equipa deverá ser “constituída pelas mais diversas realidades juvenis no foro da igreja católica”, para “aproveitar e trilhar caminho numa direção ajustada e ajustável à juventude”, realça o novo diretor do DNPJ.
No meio deste contexto, de perspetivar o futuro, o padre Filipe José Diniz entende que o Sínodo dos Bispos que vai ser dedicado aos mais novos, em outubro de 2018 no Vaticano, “veio num momento oportuno”.
“Depois de olharmos para as situações familiares no mundo e na igreja católica, nada melhor do que ver e observar esta realidade juvenil. Cuidar deste campo é de extrema importância, pois serão eles os homens e mulheres a constituir novas famílias”, aponta aquele responsável.
No âmbito do Sínodo do próximo ano, impulsionado pelo Papa Francisco, a Santa Sé enviou um questionário preparatório a todas as dioceses relacionado com o tema do evento, “os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
A Conferência Episcopal Portuguesa já enviou a síntese desse questionário à Secretaria Geral do Sínodo, “como contributo para a elaboração do documento de trabalho para a assembleia sinodal”.
Há dias em Fátima, o presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família, D. Joaquim Mendes, salientava que um dos pontos mais referidos no questionário feito aos jovens era a situação das famílias, os desafios que atualmente as afetam.
Para o novo diretor do DNPJ, “sem escutar os jovens não entendemos o seu modo de pensar nem o modo como observam o futuro”.
“O questionário é perspicaz nas questões, pois procurou buscar as sensibilidades dos jovens dentro e fora da igreja. Para que a igreja seja compreendida ou entendida, necessita de saber as várias linhas de pensamentos que a realidade juvenil sente e vive no nosso tempo”, frisa o padre Filipe José Diniz.
A reflexão sobre as vocações, sobre o modo como os jovens olham para as diferentes propostas vocacionais da Igreja Católica, seja no matrimónio e na vida laical, seja no caminho do sacerdócio ou da vida religiosa, também está presente neste Sínodo.
Um elemento que o responsável do DNPJ diz ser essencial, “pois é nesta etapa que os jovens colocam a questão, para que é que existo e que sentido faz a minha vida”.
“Aliás, a Igreja tem um papel muito importante no acompanhamento do jovem, para o ajudar a fazer as escolhas certas para a vida. É daí, que vão surgindo vocações religiosas e vocações para o matrimónio mais solidas e claras”, salienta.
Quanto ao programa para os próximos anos, a relação com os mais novos a partir das tecnologias, da internet e das redes sociais, é um dos pontos a que o DNPJ quer continuar a estar atento.
“É verdade que vivemos num mundo digital onde tudo se torna mais próximo, imediato e fácil. Ainda bem que vivemos… Mas a questão é: que relações se constroem? Que aplicações existem para o bom relacionamento?”, questiona o sacerdote, para quem “a Igreja deve procurar estes meios ou canais de informação para saber comunicar a mensagem do Evangelho”.
“A comunicação e a informação são ótimos requisitos para que evangelizemos os jovens, mas não podemos esquecer a relação direta, real e pessoal. Não cair somente na era digital”, complementa o padre Filipe José Diniz.
O padre Filipe José Miranda Diniz nasceu a 31 Janeiro de 1982, na localidade de Corticeiro de Cima, em Cantanhede, na Diocese de Coimbra, e foi ordenado sacerdote no dia 02 de março de 2008.
Além de assumir a direção do DNPJ, o sacerdote tem também como serviço pastoral a missão de assistente diocesano do movimento dos Convívios Fraternos, de assistente para a Região de Coimbra do Corpo Nacional de Escutas; e de vigário das paróquias de São José e São João Batista.
DNPJ/JCP