Pastoral Juvenil: O «silêncio» da adoração e o interesse na Eucaristia, da JMJ Lisboa ao Congresso Eucarístico

«Há uma certa sede dos jovens católicos em Portugal» – Mariana Martins

Foto: Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Braga, 05 jun 2024 (Ecclesia) – O Congresso Eucarístico Nacional foi também uma oportunidade para lembrar e partilhar os efeitos da Jornada Mundial da Juventude (JML Lisboa) 2023 num workshop, mas também nas memórias de animadores de grupos de jovens.

“As Jornadas veio trazer outra visão e, agora, os jovens estão muito mais apelativos e veem a Eucaristia de outra maneira, com outra mensagem”, disse Maria Coelho, coordenadora de um grupo de jovens, lembrando que “antigamente poderia dizer que era muito complicado trazê-los para a vida da Eucaristia”.

A entrevistada, catequista na Paróquia de Talhadas (Arciprestado de Sever de Vouga), na Diocese de Aveiro, considera que a JMJ Lisboa 2023, que decorreu na capital portuguesa de 1 a 6 de agosto, após a semana dos ‘Dias nas Dioceses’, “veio despertar outras coisas que, se calhar, eles ainda não tinham encontrado em Deus, em Jesus”.

“Tem sido um crescimento e tem sido muito positivo; retiros e outras caminhadas de jovens acho que se vai construir um caminho bastante bom”, acrescentou Maria Coelho.

Da Diocese de Vila Real, David Moura destaca que, nos grupos de jovens onde participa, a “Eucaristia tem vindo a ser fomentada” e a adoração ao Santíssimo Sacramento também, não só pelo que viveram na Jornada Mundial da Juventude, nomeadamente “um dos momentos mais marcantes de toda a Jornada”, que “seguramente” marcou toda a gente, com “um milhão e meio de pessoas em silêncio para adorar o Santíssimo Sacramento”.

“E, porque não, trazer esse momento diariamente para a nossa vida e trazer para os jovens essa oportunidade, ou fazer ver aos jovens que o Santíssimo Sacramento está lá, sempre, e que não é só nos eventos como a JMJ ou um evento específico. Em qualquer sacrário está lá Jesus vivo, está lá Cristo vivo e qualquer um de nós pode procurá-lo”, desenvolveu, adiando que é isso que tenta procurar para a sua vida e por isso foi ao V Congresso Eucarístico Nacional.

David Moura regressa à noite da vigília da JMJ Lisboa, a 5 de agosto de 2023, sem saber precisar os minutos de silêncio, para afirmar que “foi um dos momentos mais marcantes”, “se calhar, o mais marcante da JMJ”, ver o Parque Tejo – o ‘Campo da Graça’ – “todo ajoelhado e em silêncio a adorar Jesus Cristo vivo ali,”.

“Tanto se falava do encontro com Cristo vivo e, se calhar, era aquele grande momento. E foi impactante perceber que estávamos todos unidos por Cristo e para Cristo, que não havia nada mais importante naquele momento no mundo”, concluiu o jovem que esteve na organização diocesana e internacional da edição portuguesa da Jornada Mundial da Juventude.

Mariana Martins acrescentou que “há uma certa sede dos jovens católicos em Portugal”, a jovem voluntária na sede da Jornada em Lisboa, no Comité Organizador Local (COL), orientou o workshop ‘JMJ (Jovens e Eucaristia)’ no V CEN, e testemunhou a importância da Missa, da adoração ao Santíssimo Sacramento e do capelão na sua vida.

“Depende muito de cada jovem e acho que também depende muito das propostas oferecidas pela paróquia ou pela comunidade onde vive o jovem, mas claro que é muito importante”, disse à Agência ECCLESIA.

Para Mariana Martins, “a Igreja precisa de se mover para integrar muito mais os jovens que se vão afastando”, e salientou a importância de perceber-se que existem diferenças entre os “jovens que vivem no interior” do país dos que se vivem “na capital ou nas grandes cidades”, e qual a dinâmica da Igreja para os jovens em Portugal.

CB/OC

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