Pastoral Juvenil: «Jovens precisam de apoios de pessoas que as escutem» – Laura Sagnier

No encontro «Formação à Vista», proposta pelo Departamento Nacional de Pastoral Juvenil, Vice-presidente da Conferência Episcopal Portugal apresentou sinais do potencial dos jovens e da possibilidade de fazerem “experiências sérias e profundas‘»

 

Coimbra, 18 out 2025 (Ecclesia) – A coordenadora do estudo «Os jovens em Portugal, hoje», desenvolvido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, afirmou o mundo “especialmente complicado” e que a “escuta” é o caminho para os apoiar.

“Eles estão a viver num mundo especialmente complicado. Portanto, o que o estudo diz é que temos que ver que há diferentes tipologias de jovens e escutar a cada um deles para poder oferecer, e o que eles precisam. O que está claro é que eles precisam de apoios e de ajuda e de pessoas que as escutem”, explicou à Agência ECCLESIA Laura Sagnier que participa no encontro ‘Formação à Vista’.

“Eles precisam de transparência, honestidade. Se conseguimos chegar a eles com propostas que eles vejam transparentes e reais, e com pessoas que escutam as necessidades deles, de certeza que se envolverão”, acrescentou.

O seminário de Coimbra acolhe o encontro ‘Formação à Vista’, uma iniciativa do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, que pretende ser “um espaço privilegiado de encontro, reflexão, oração e capacitação”.

O bispo de Coimbra reconheceu a “missão” que a Igreja tem de ajudar “todos os jovens”, num processo de “enraizamento de si mesmos na fé cristã”.

“A formação integral, integral da pessoa para os valores, para o Evangelho, para as relações, para a inserção, para a espiritualidade cristã que se alimenta todos os dias, a partir da vida da Igreja, dos sacramentos, é essencial e tudo isso faz parte do processo formativo que tem que ter as formas próprias dos jovens, que lhes digam alguma coisa, que os atraiam, onde se sintam bem, e nós devemos ser capazes de propor muitas formas e muitos meios para que isso aconteça”, explicou D. Virgílio Antunes à Agência ECCLESIA.

O também vice-presidente da Conferência Episcopal Portugal (CEP) apresentou sinais do potencial dos jovens e na possibilidade de fazerem “experiências sérias e profundas”.

“Embora nós estejamos no tempo dos extremos, de facto há muitos sinais realistas que nos levam a ver um interesse, uma sede, um gosto e uma capacidade que os jovens têm de fazer experiências sérias e profundas, mesmo no que diz respeito à vivência da fé, que os fazem levar por diante projetos que nós hoje diríamos, até parecem um bocado estranhos, tendo em conta a forma generalizada como se vive hoje”, indicou.

O responsável afirmou um “potencial imenso” dos jovens e exemplos “concretos nas paróquias, nas dioceses, nos movimentos, nos serviços, nas escolas, nas universidades” a partir do “sentido da fé cristã e do encontro com Cristo e com a sua Igreja”.

A participar no encontro, Filipe Catarino, do setor juvenil do Movimento Mensagem de Fátima, em Lisboa, assinalou à Agência ECCLESIA, a importância da formação para que a “missão junto dos jovens se concretize”.

“Porque a Igreja, muitas vezes, não caminha lado a lado com a realidade dos jovens e esse é o nosso desafio, de ir ao encontro deles. Creio que os jovens de hoje procuram muito o sentido da vida e a Igreja tem uma proposta muito concreta, este Cristo vivo, que muitos desconhecem e que nós podemos oferecer. Só temos de saber como, quando e de que forma”, explicou.

O padre salesiano Rui Alberto afirmou a necessidade de “encontrar caminhos” para “levar o Evangelho aos jovens” num mundo plural.

“Temos que encontrar os melhores caminhos para o fazer – e não é que chegue alguma vez a acontecer uma fórmula única de fazer pastoral juvenil – isto de levar o Evangelho aos jovens, nesta pluralidade que não é um defeito, é uma riqueza”, deu conta à Agência ECCLESIA.

D. Nuno Almeida, presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família, enviou uma mensagem aos participantes onde afirma a “grande responsabilidade de aprender com Jesus a dar dar espaço aos jovens, a acompanhá-los sem os substituir, para que seja um caminho libertador, fecundo e vivificante”.

“Os jovens têm necessidade antes de tudo de pessoas que tenham confiança neles, que saibam identificar os pontos acessíveis de bem presentes na sua vida, que procurem, sem descanso, espaços de escuta e de diálogo com eles. No fundo, pessoas que tenham feito seu o olhar de Deus”, escreveu.

O responsável assinalou ainda a necessidade de uma atitude “humilde” e “a vontade de aprender e de crescer”, motivada pelo “desejo de corresponder ao chamamento que recebemos e de servir melhor os jovens a quem somos enviados”.

HM/LS

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