Pastoral Juvenil: Igreja tem de entrar no «algoritmo» dos jovens – Pedro Carvalho

Novo coordenador do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil sublinha impacto da JMJ 2023 e espera relação de proximidade com novas gerações

Foto: Agência ECCLESIA/MC

Lisboa, 24 nov 2024 (Ecclesia) – Pedro Carvalho, novo coordenador do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ), defendeu a criação de “canais de comunicação” que ajudem a tornar “mais eficaz” a transmissão da mensagem da Igreja.

“Muitas vezes é difícil metermos a Igreja no algoritmo dos jovens, seja nas redes sociais, seja na vida, mas mais do que redes virtuais, temos de conseguir que eles tenham redes de jovens que consigamos unir”, refere o convidado da entrevista semanal conjunta Ecclesia/Renascença, emitida e publicada aos domingos.

O leigo da Diocese de Aveiro vai assumir funções a tempo inteiro, numa decisão da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), assume como prioridade a escuta dos jovens.

“Quero escutá-los, compreendê-los, ler os sinais dos tempos com eles, e levar juntos esta Pastoral Juvenil”, aponta.

Para o responsável, “o maior desafio é ousar sonhar coisas grandes com os jovens”, acolhendo os seus sonhos e receios.

“O Departamento Nacional tem de ser a casa dos jovens”, sustenta.

O responsável lembra, por exemplo, que os jovens atualmente com 19 anos passaram a sua adolescência na pandemia, considerando decisivo “compreender todas as suas inquietudes, fragilidades”.

“Temos de ter uma linguagem fácil e compreensiva”, insiste.

Questionado sobre o impacto da crise de abusos sexuais na relação entre Igreja e jovens, Pedro Carvalho assinala que a Igreja está a trabalhar para recuperar a confiança das pessoas.

“Esta questão é uma realidade que nos entristece e que nos deixou muitas feridas. Penso que a Igreja colocou a questão no centro das suas preocupações, assumindo as suas responsabilidades, para que esta Igreja possa ser uma casa segura para todos”, declara.

O novo coordenador do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil entende que os jovens cristãos não podem abandonar o “espaço publico”, mostrando confiança “nas redes da Igreja”.

Pedro Carvalho diz que a JMJ Lisboa 2023 foi um grande exemplo de sinodalidade, defendendo a necessidade de se continuar a aprofundar essa ideia de “Igreja Sinodal”.

“Se há melhor exemplo de Igreja sinodal foi aquele que foi vivido na construção da Jornada Mundial da Juventude”, refere.

O Papa vai presidir hoje, no Vaticano, à Missa da Jornada Mundial da Juventude, com a passagem de testemunho entre Lisboa e Seul, que acolhe a próxima edição internacional do encontro, em 2027.

Delegações dos dois países vão encontrar-se na Basílica de São Pedro, com a entrega simbólica da Cruz da JMJ; a celebração conta ainda com jovens romanos, que concluem a celebração da JMJ diocesana com o seu bispo, Francisco.

“É um misto desta alegria que foi a passagem dos símbolos em Portugal e a saudade, a saudade de os deixar passar para a Diocese de Seul. Mas naquela cruz e naquele símbolo, vão as impressões digitais dos jovens portugueses que pegaram na Cruz e no ícone. Está lá a impressão digital do que é ser português e a palavra saudade”, indica Pedro Carvalho.

Lisboa acolheu a edição internacional da Jornada Mundial da Juventude entre 1 e 6 de agosto de 2023, com mais de 1,5 milhões de participantes nas celebrações conclusivas, presididas por Francisco no Parque Tejo.

Henrique Cunha (RR) e Octávio Carmo (Agência Ecclesia)

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Agência ECCLESIA

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