Presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família diz que em breve vai ser apresentado novo coordenador nacional da pastoral juvenil e que «bases da pastoral juvenil» estão a ser repensadas em jeito sinodal
Lisboa, 20 out 2024 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família afirmou hoje a “alegria” que o encontro nacional de juventude, que juntou cinco mil jovens em Lisboa, proporcionou e a importância de convidar para momentos de “festa”.
“São necessários esses grandes encontros: é necessário um encontro nacional que congregue a todos, mas depois oferecer sempre as dioceses, aos movimentos e aos jovens que desejarem, em pequeno grupo, oportunidade para aprofundar os valores, a fé. Estes dois remos são essenciais na pastoral juvenil”, explicou à Agência ECCLESIA D. Nuno Almeida.
O encontro nacional de juventude «Rejoice – Alegra-te» trouxe à capital portuguesa durante dois dias, jovens de todas as diocese do país, convidados a agradecer a memória da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023.
O também bispo de Bragança-Miranda recorda ter passado algum tempo a “escutar os jovens no sacramento da reconciliação” e o quanto isso lhe mostrou a importância de os acompanhar.
“Os jovens fazem tantas escolhas que depois marcam toda a vida futura, pessoal e familiar, escolhas no que respeita à escola, à vocação, aos valores. Temos de acompanhar os jovens a fazer a passagem para a pastoral dos jovens, mas também para a vida adulta”, indicou.
A procura da celebração da reconciliação “é um pequeno sinal e também uma pista”, indicou o responsável, para os caminhos “abertos a percorrer com diligência, lado a lado com os jovens, dando o mais possível o protagonismo aos jovens e aos grupos de jovens”.
Após a realização da JMJ Lisboa 2023 em Lisboa, D. Nuno Almeida indica que agora uma “fase de passagem para a pastoral ordinária”, que, explicou, “não pode ser menos intensa e menos fecunda”.
O responsável reconheceu que “hoje”, num tempo “com tantas visões e tantos valores”, a fase da formação catequética e a sua passagem para a inserção na “comunidade e na sociedade, não se fazem espontaneamente”.
“Os jovens não absorvem espontaneamente valores cristãos e isso implica uma oferta formativa adaptada também às linguagens e à sensibilidade dos jovens atuais. Isto implica uma escuta muito grande e também alguma criatividade”, indicou.
O responsável pelo Laicado e Família dentro da Conferência Episcopal Portuguesa indicou que os bispos estão a “repensar as bases da pastoral juvenil”, inspirando-se no Sínodo dos jovens, realizado em 2018, com o tema «Os jovens, a fé e o discernimento vocacional», procurando dar “um quadro de referência para que as diferentes sensibilidades, carismas, grupos de jovens tenham como linha comum”.
D. Nuno Almeida deu conta que na próxima Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) o documento vai ser estudado mas, fruto de um caminho sinodal que querem fazer, será enviado a todos os departamentos e movimentos, e só depois a CEP o fará aprovar.
No encontro vai também ser apresentado o novo responsável nacional pela pastoral juvenil que assumirá a tempo inteiro, “e num tempo sabático da sua vida profissional”, as funções ao serviço da Igreja.
D. Nuno Almeida recordou a visita Ad Limina dos bispos portugueses, em maio, ao Vaticano, e o diálogo com o Papa Francisco que lhes pediu para “manter e acolher a diversidade das propostas juvenis” mas também “uma visão comum”.
O responsável falou na importância de “reaproximação aos jovens”, de “estar no meio deles” sem receio de lhes propor “coisas exigentes”: “Um apelo que faço aos sacerdotes, aos consagrados e também às pessoas que têm responsabilidade nas comunidades, que precisamos de nos reaproximarmos dos jovens. São os jovens que levam por diante a sua própria pastoral, mas acompanhados por adultos”.
LS