Conselho Nacional analisou documento que propõe um «quadro de referência» para o setor, apostado em levar a «juventude católica bastante a sério»
Lisboa, 04 fev 2025 (Ecclesia) – O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil enviou hoje as conclusões do último Conselho Nacional, onde foi analisado o documento “Pastoral Juvenil em Portugal. Um quadro de referência” e reafirmado o compromisso com a inclusão das pessoas com deficiência.
“Reconhecemos que cada jovem, independentemente da sua condição é um dom precioso para a comunidade. Inspirados pelo exemplo de Jesus, que acolhia a todos sem distinção, devemos promover uma pastoral que valorize a diversidade e elimine barreiras físicas, sociais e intelectuais”, afirma o documento enviado hoje à Agência ECCLESIA.
“A Pastoral Juvenil, comprometida com o Evangelho e a dignidade de cada pessoa, reafirma o seu compromisso com a inclusão plena e efetiva das pessoas com deficiência ou algum tipo de incapacidade em todas as suas decisões, atividades, espaços e iniciativas”.
Com o tema “Há todo um mar de desafios”, o Conselho Nacional de Pastoral Juvenil decorreu nos dias 31 de janeiro e 1 de Fevereiro, em Aveiro, e contou com “80 participantes representantes de 35 organizações juvenis”; nomeadamente secretariados diocesanos, movimentos, congregações, associações e convidados.
Os participantes afirmam, no documento conclusivo, que a deficiência ou incapacidade não podem ser barreiras à vivência e educação na fé, e manifestaram o compromisso de inclusão de todas as pessoas, a partir das propostas expostas no livro “Estamos Todos? – Manual de Apoio a Animadores e Catequistas para a inclusão de pessoas com deficiência”, apresentado por Joana Morais e Castro, membro do Serviço Nacional das Pessoas com Deficiência, e dos testemunhos do padre Tiago Varanda, pessoa com deficiência visual, Miguel Neves, jovem com trissomia 21 e do seu Pai, Ilídio Neves.
O Conselho Nacional contou também com a partilha de três jovens que integram organismos internacionais, nomeadamente Alice Cardoso da COMECE Youth Net, Maria Beatriz Viana que participou no Congresso Internacional de Pastoral Juvenil e Rodrigo Figueiredo, membro do organismo Consultivo Internacional dos Jovem do Vaticano.
“Houve pontos comuns nos três testemunhos: os sonhos, o humanismo e a preocupação com o bem comum”, afirma o documento.
D. Nuno Almeida, presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família, apresentou o documento “Pastoral Juvenil em Portugal. Um quadro de referência”, onde se procura “desencadear um caminho sinodal” que “exprima a forma como a Igreja entende a tarefa de anunciar o Evangelho a todos os jovens”.
“Trata-se de exprimir um conjunto estável de princípios, valores, referências que podem ser de ajuda para todos os que estão envolvidos na pastoral juvenil em Portugal”, refere o texto, acrescentando que o processo de escuta que desencadeia vai decorrer até 2026 e vai ser resultado da participação dos jovens na redação do documento.
O Conselho Nacional da Pastoral Juvenil abordou ainda a realização do Encontro Nacional de Juventude (REJOICE) e a preparação do Jubileu dos Jovens, que vai decorrer entre os dias 28 de julho a 3 de agosto de 2026.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, Pedro Carvalho, considera que a comitiva portuguesa na peregrinação dos jovens a Roma, no Jubileu da Esperança, que decorre este ano, vai “ser uma agradável surpresa” e está “muito entusiasmado” com o trabalho feito “nas dioceses, movimentos e congregações”.
D. Nuno Almeida, presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família, que coordena o setor da Pastoral Juvenil, referiu-se à presença da Igreja no ambiente dos jovens como um “oceano imenso de desafios”, considerando a Jornada Mundial da Juventude, que decorreu em Lisboa, em 2023, “património da humanidade”.
Os participantes no Conselho Nacional de Pastoral Juvenil agendaram a próxima reunião para os dias 23 e 24 de maio, deste ano.
LFS/PR