DNPJ divulgou conclusões do encontro, que reuniu dioceses, movimentos, congregações e associações, em Braga

Lisboa, 27 mai 2025 (Ecclesia) – O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ) divulgou hoje as conclusões do Conselho Nacional, que se reuniu na sexta-feira e sábado passados, em Braga, entre elas a afirmação de que “a juventude é presente, não apenas futuro”.
“Os jovens devem ser acolhidos como protagonistas do presente da Igreja, e não apenas como promessas para o futuro”, pode ler-se no comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
Os participantes refletiram sobre a necessidade de uma pastoral juvenil sinodal e relacional, destacando a necessidade da “conversão de relações”.
“Uma Igreja sinodal implica uma cultura de escuta, amizade e acompanhamento, marcada pela presença e não pelo paternalismo”, escreveu a Pastoral Juvenil.
Na reflexão “Por uma Igreja Sinodal” conduzida pelo padre Paulo Terroso, reitor da Basílica dos Congregados, Braga, também se salientou que a Pastoral Juvenil “deve ter em conta temas como o emprego, a justiça salarial, a crise habitacional, as redes sociais e a ecologia”.
Além disso, afirmou-se que “a presença dos jovens nos órgãos consultivos e pastorais (paróquias, dioceses, movimentos) deve ser garantida e valorizada” e que a “formação integral dos jovens, e dos formadores de formadores, é uma dimensão essencial e transversal a toda a pastoral – desde o despertar vocacional até à maturidade cristã e cidadã”.
O Conselho Nacional da Pastoral Juvenil reiterou a “necessidade urgente de uma pastoral juvenil que assuma o risco do encontro com o mundo real e plural onde os jovens vivem, pensam e sonham”.
Desta forma, defende que é necessário “sair da bolha”, isto é, que “os jovens saiam dos seus contextos eclesiais habituais para escutar, compreender e dialogar com quem vive à margem dos valores cristãos”, tendo sido também lançado um “apelo à participação ativa participação ativa dos jovens cristãos na construção de um Portugal mais justo e fraterno”.
André Cardoso, presidente do Conselho Nacional de Juventude, que interveio neste momento, sublinhou que “ficar à margem não é opção”, que os jovens devem assumir o seu papel como protagonistas da mudança, com base em princípios de solidariedade e fraternidade.
Foram também identificados “problemas centrais dos jovens (saúde mental, habitação, redes sociais, individualismo) e das políticas de juventude (legislação, participação, financiamento, sustentabilidade)” e reforçado que “devem contribuir de forma decisiva para o rejuvenescimento das comunidades”.
Na apresentação do quadro de quadro de referência para a Pastoral Juvenil, destacou-se que esta “deve ser para “todos os jovens” e para os “jovens todos”, reconhecendo a diversidade cultural, económica, religiosa e existencial da juventude em Portugal”.
O Conselho Nacional deu espaço à reflexão sobre a proteção de menores, jovens e adultos vulneráveis no contexto da Igreja, tendo sido realçada a “dificuldade em chegar à população mais jovem com informação clara e acessível sobre abusos e como agir”.
“Mais de 60% das dioceses e muitos institutos de vida consagrada já solicitaram apoio ao Grupo Vita para formação de padres, catequistas e agentes pastorais”, deu conta a Pastoral Juvenil.
Segundo o DNPJ, o encontro, sob o tema “Há todo um mar de desafios”, convocou “dioceses, movimentos, congregações e associações ligados à pastoral juvenil a olhar com ousadia e realismo para o presente, com atenção especial às vozes e inquietações das novas gerações”.
“Este Conselho foi também marcado por um momento histórico e emocional: a memória agradecida pelo pontificado do Papa Francisco e a oração confiante pelo início do ministério do novo Papa, Leão XIV”, informa.
LJ/OC