Pastoral Familiar em Braga continua a ser prioridade

D. Jorge Ortiga pede revigoração de movimentos familiares, contestando «imposições de grupos minoritários» A Arquidiocese de Braga encerrou um triénio pastoral dedicado à família, tendo sido desafiada por D. Jorge Ortiga a assumir que “o projecto de famílias caracterizadas pelo modelo evangélico continua a ser tarefa e encargo” para a comunidade católica. O Arcebispo de Braga disse no Sameiro que “ao aceitar a família como um projecto já estamos a sublinhar a necessidade de lhe dedicar tempo”. Na homilia pronunciada este Domingo, o prelado alertou para o facto de “a ignorância da doutrina, adquirida com estudo e reflexão” ser causa “de muito fracasso na vida matrimonial”. “A família necessita de tempo para se edificar através dum trabalho solidário de atenção aos problemas sociais e de acção comprometida no encontrar soluções adequadas para a felicidade de todos”, disse. Este responsável, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), “o amor aos outros e particularmente àqueles pobres que não conseguem retribuir, alimenta e dá consistência ao amor entre os esposos e deste com os filhos”. “A insensibilidade e indiferença perante escândalos gritantes duma sociedade dita evoluída transparece para o âmbito familiar e torna-o amorfo e sem vitalidade afectiva. Cresce-se no amor quando se dá amor”, indicou. D. Jorge Ortiga lamentou que o espaço para a família esteja a ser ameaçado pelas chamadas “culturas do consumo”, “exigindo trabalhar ao Domingo como fenómeno crescente e em contra-corrente com o que acontece nos restantes países da União Europeia”. “Alguns trabalhos são necessários; outros seriam absolutamente dispensáveis e, sem eles, a qualidade de vida das pessoas e das famílias seria totalmente diferente”, elencou. O Arcebispo de Braga admitiu que “reservar tempo para edificar a família pode soar a utópico, mas é condição indispensável para a estabilidade e felicidade familiar”. “A família necessita de tempo para si, de modo que o encontro seja realidade, o afecto encontre espaço, o diálogo cresça como caminho para ultrapassar as hipotéticas crises, o perdão coroe um relacionamento humano que necessariamente conta com as imperfeições e limitações”, observou. “O ritmo frenético da vida hodierna parece tornar impossível esta exigência. Só que urge interrogar-se e perguntar, à semelhança da primeira leitura, o que verdadeiramente se pretende: se é maldição ou a bênção, ou seja, a tristeza ou a alegria de viver”, disse ainda. Estado Depois de afirmar que “para construir uma sociedade mais justa não basta participar nas eleições”, o presidente da CEP assegura que “urge uma atenção permanente e vontade de manifestar que futuro queremos para o país”.” Neste campo da família a legislação acontece, com intuitos claros nos legisladores e seguindo – quase sempre – imposições de grupos minoritários, como uma voragem que parece colher as pessoas distraídas e incapazes de expressar a suas convicções”, atira. D. Jorge Ortiga diz mesmo que “para muitos basta referir que não podemos ser retrógrados e que o mundo moderno mudou e impôs a secularização como nova aurora da felicidade. Tudo se aceita passivamente e não conseguimos reflectir com serenidade e afirmar os valores em que acreditamos”. À Igreja, o Arcebispo lembra que “pode parecer que a família perdeu a capacidade de incidir nos seus membros. Penso, porém, que urge dar centralidade à família para a partir dela encarar toda a pastoral”. “Se outrora era possível separar as dimensões e diversificar os destinatários, ou seja, as crianças na catequese, as pessoas isoladas na vida de oração e sacramentos, casos concretos de pobreza ou de carências. Hoje a família é destinatário fundamental. Daqui nasce a catequese, a liturgia, a acção social e a vida comunitária”, assinala. Notícias relacionadas • Com Maria continuaremos a edificar a família

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