Pastoral Familiar: Diocese do Porto quer lançar o projeto «Dioceses Amigas da Família»

Mais de mil casais celebraram este domingo o Dia Diocesano da Família, no Europarque, em Santa Maria da Feira

Porto, 27 mai 2024 (Ecclesia) – O bispo do Porto afirmou, este domingo, no Europarque, em Santa Maria da Feira, que a Diocese quer “valorizar cada vez mais a Pastoral Familiar”, através do projeto de Dioceses Amigas da Família.

“O projeto é de valorizar cada vez mais a Pastoral Familiar, quer a nível da preparação, quer, portanto, para os namorados ou aqueles que se propõem a ser namorados, quer as situações ditas irregulares”, disse D. Manuel Linda em declarações à Agência ECCLESIA, no âmbito da celebração do Dia Diocesano da Família.

O bispo diocesano destaca que o Porto foi das primeiras dioceses a ter “um projeto para admissão aos sacramentos da comunhão e da penitência [para] os casais recasados civilmente” e que agora, dentro das possibilidades, o intuito é acompanhar “todos os casais”.

“Vamos andando e vamos ver como é que o concretizamos [o projeto]”, indicou.

A ideia de criar o conceito de “Dioceses Amigas da Família” foi apresentado também a todos os participantes no Dia Diocesano da Família, que juntou, este domingo, em Santa Maria da Feira, mais de mil casais que celebram este ano 10, 25, 50 e 60 anos de matrimónio e, segundo o diretor do Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar do Porto, no próximo ano a intenção é “congregar toda a família diocesana”, e encher o Pavilhão Multiusos em Gondomar.

“E aí convidamos os secretariados da Pastoral na Diocese para que se possam associar. Porque, afinal, todos somos família. E queremos também valorizar a caminhada que os sacerdotes e religiosas fizeram ao longo da sua caminhada também de vida. Porque também fazem 25, 50, 60 e 70 anos de caminhada ao serviço do Senhor”, assinalou.

Na homilia da celebração eucarística, o bispo do Porto destacou o matrimónio como “rosto visível e definitivo da própria liberdade”.

“Nestes tempos de forte mutação cultural e de pluralismo em todos os âmbitos, quando se fala da família, quase sempre se acentuam os problemas e dificuldades. Não seguirei esse caminho, que é uma armadilha, pois somente os aspetos belos e positivos são capazes de animar e dar coragem”, afirmou D. Manuel Linda.

“O mais belo do matrimónio cristão sois vós”, disse o bispo diocesano aos casais, acrescentando que “mesmo no silêncio da palavra e apenas com o testemunho do exemplo”, evangelizam “o mundo ao mostrar-lhe que é possível viver a condição cristã da família sendo cônjuges, sendo pais, sendo membros responsáveis da sociedade humana”.

D. Manuel Linda ressaltou que o Senhor chama sempre, a todos e a cada um, para a felicidade: “aos que sentem o sadio e santo atrativo matrimonial e aos consagrados, alguns dos quais de absoluta clausura; aos padres e aos diáconos; aos missionários e a quantos deixaram de casar para melhor poderem servir os irmãos”.

“Existem muitas vocações, de facto. Mas para todas elas, em pé de igualdade, para retribuir em felicidade, exige três coisas: que estas vocações sejam motivadas pelo amor e jamais pelo egoísmo; que sejam definitivas e não a prazo; que sejam vividas segundo os critérios do Evangelho e no Espírito de Jesus”

Na celebração do Dia Diocesano da Família, participaram também sacerdotes e religiosas que comemoram datas jubilares.

“O matrimónio não pode derivar apenas de uma atração inicial”, realçou o bispo, uma vez que “ele é muito mais que isso: o rosto visível e definitivo da própria liberdade de entrelaçar a existência com a liberdade e a vida da outra parte”, sublinhou

Para D. Manuel Linda, “quem vive o matrimónio como vocação assenta a existência na fé e professa a fé”, e  “a vida familiar não se resume a umas específicas relações humanas, mas sim a uma travessia dos dias”.

“Tendo presente o Evangelho deste dia, para que o mundo conheça este mistério de amor e felicidade, quase me apetecia dizer que sois vós os novos Apóstolos a quem o Senhor confiou o anúncio desta verdade. Sim, vós, melhor que eu, podeis anunciar que o amor vivido na unidade e na fidelidade, gera vida, satisfação, testemunho, plenitude”, enfatizou.

No final da homilia, o bispo do Porto disse aos presentes para não se esquecerem que são “um dom precioso para a Igreja e para o mundo”, simplesmente porque são “esposos e pais”.

“Continuai a cultivar esta preciosidade da família, vivendo, assim, a dimensão profética ou evangelizadora do matrimónio cristão. E que Deus vos abençoe e proteja ao longo de todos os dias da vossa vida!”, concluiu.

PR/LJ

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