Responsáveis nacionais estão reunidos no Vaticano até Quinta-feira
O Vaticano acolhe desde esta Terça-feira o Encontro dos Directores Nacionais da Pastoral dos Ciganos na Europa. A iniciativa, que se prolongará por três dias, foi inaugurada pelo presidente e secretário do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, respectivamente D. Antonio Maria Vegliò e D. Agostino Marchetto.
O evento, que conta com a participação do director da Obra Católica Portuguesa de Migrações, Fr. Francisco Sales, é dedicado ao tema “Solicitude da Igreja para com os ciganos na Europa: situação e perspectivas”.
Na intervenção de abertura, D. Antonio Vegliò sublinhou que os organismos eclesiais são chamados a “denunciar as injustiças e as desigualdades indignas, a fim de que a vida do homem se torne mais humana”. O prelado apelou a “um exame de consciência” sobre a “fidelidade à vocação e missão na Igreja”, que é de todos “e particularmente dos pobres”.
O arcebispo observou que a história dos ciganos é “tristemente marcada por rejeições e perseguições”, admitindo que nesse percurso “a Igreja teve as suas culpas, directas ou indirectas, quer com condenações abertas, quer com silêncios por vezes interpretados como conivências”.
D. Antonio Vegliò destacou, por outro lado, os “exemplos luminosos de cristãos” que marcaram o caminho de reconciliação da Igreja em relação aos ciganos.
Referindo-se ao encontro que termina nesta Quinta-feira, o presidente do Conselho Pontifício manifestou a esperança de que seja permitido aos ciganos participar mais “da vida e da riqueza da Igreja”.
O prelado mencionou igualmente a situação dos ciganos na sociedade, que é influenciada por “preconceitos e estereótipos de tal modo radicados (…) que não permitem o desenvolvimento e amadurecimento de atitudes de abertura, acolhimento, solidariedade e respeito”. Continuam a observar-se fenómenos de racismo e de aversão aos ciganos que, “muitas vezes, são um obstáculo à convivência pacífica, humana e democrática”, acrescentou.
Não se devem esquecer também as “responsabilidades e atitudes negativas dos próprios ciganos em relação aos ambientes em que vivem”, referiu D. Antonio Vegliò. Por isso é necessário que estas comunidades assumam “os deveres próprios de todos os cidadãos do país onde se encontram”. O prelado formulou votos de que seja percorrido o caminho da “reconciliação” e da “busca de compreensão”.
O presidente do Conselho Pontifício regozijou-se com alguns sinais de esperança, como a atenção que alguns organismos europeus têm dedicado aos ciganos.
Estas transformações – afirmou D. Antonio Vegliò – “contribuirão para inibir fenómenos e actos de racismo”, criando uma “nova consciência europeia” que permita aos ciganos “reafirmar a sua identidade e diversidade cultural na perspectiva de uma inserção civil nos respectivos países”.
Com Rádio Vaticano