Padre Miguel Ângelo convida à participação na celebração do Dia Mundial do Doente, dia 11, em Fátima
Lisboa, 09 fev 2025 (Ecclesia) – O diretor da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde disse que é necessário uma “política duradoura” para o setor, afirma que “é urgente” reorganizar serviços, mas rejeita um “discurso pessimista”.
“Se formos sérios a ver o que temos, penso que temos muito. Não é o suficiente, podemos ter mais, e é isso que queremos. Agora um discurso sempre pessimista, um discurso sempre que não temos, é um desespero que é o fim do mundo… Não, temos de ser realistas”, afirmou o padre Miguel Ângelo.
Na entrevista à Renascença e à Agência ECCLESIA, no âmbito do Dia Mundial do Doente que se assinala no dia 11 de fevereiro, o diretor da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde disse que, quando se fala de vida, “não é negociável”, apelando a “alguma razoabilidade”.
“Tem de se repensar os serviços para poder responder adequadamente e atempadamente às situações”, afirmou o sacerdote, que é coordenador do Serviço de Assistência Espiritual e Religiosa (SAER) no Hospital de Braga, desde 2007.
Nomeado diretor da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde e coordenador das Capelanias Hospitalares em abril de 2024, o padre Miguel Ângelo Oliveira Costa, da Arquidiocese de Braga, disse que “é urgente” reorganizar serviços e referiu-se aos tempos de espera nas urgências, afirmando que o objetivo do SAER é criar um momento em que as pessoas “possam dizer o que sentem” ou “estar em silêncio”.
Eu estou com as pessoas, a ouvir, a atender e a acompanhar”, afirmou.
O padre Miguel Ângelo referiu-se também à “retaguarda familiar”, denunciando situações em que os doentes “não têm para onde ir” após o tempo de internamento, alertando para dificuldade de “ter acesso a um lar” com as reformas de muitos idosos, e para a necessidade de pensar em soluções a “longo prazo”.
“Se queremos construir alguma coisa duradoura, terá que ser uma política duradoura”, apontou.
O diretor nacional da Pastoral da Saúde lembrou que “a vida não é um direito, é um dom”, disse que é necessário “um acompanhamento da dor”, rejeitou a eutanásia e defendeu a vida, não por ser uma questão confessional, mas “humana, ética, de vida”.
O coordenador das Capelanias Hospitalares defendeu o acompanhamento dos doentes pela assistência espiritual e religiosa, de qualquer confissão, afirmando que o objetivo “é poder dar tempo, dar, se for necessário, silêncio, dar a mão, estar presente”.
A respeito do Jubileu, o diretor nacional da Pastoral da Saúde disse que é uma ocasião para “infundir a esperança no mundo da saúde”, tanto os doentes como os que trabalham, para “poder marcar uma era nova, viver um tempo novo”.
O padre Miguel Ângelo disse que a Pastoral da Saúde, a nível nacional, vai participar nas celebrações do Jubileu dos Enfermos e o Mundo da Saúde, nos dias 5 e 6 de Abril, em Roma, e convidou à presença em Fátima, no dia 11 de fevereiro, Dia Mundial do Doente, no Jubileu do Doente e os Profissionais de Saúde.
Deixava este convite a todos, para participarem: é na próxima terça-feira, Dia do Mundial do Doente, dia 11”, disse o padre Miguel Ângelo.
O Dia Mundial do Doente vai ser assinalado no Santuário de Fátima com uma Eucaristia, às 11h00, presidida por D. António Luciano, bispo de Viseu que é enfermeiro de formação profissional, e, de tarde, os participantes podem ouvir uma conferência sobre o tema da esperança no contexto da doença.
“A Esperança não Engana” é o título da mensagem do Papa para o 33º Dia Mundial do Doente que se celebra a 11 de fevereiro.
Entrevista conduzida por Henrique Cunha (Renascença) e Paulo Rocha (Ecclesia)