Médicos Católicos estão contra a eutanásia e afirma necessidade de investir nos profissionais de saúde
Lisboa, 21 abr 2018 (Ecclesia) – Os cuidados paliativos em Portugal “não são uma prioridade política” e carecem de profissionais a trabalhar a tempo inteiro sendo “falacioso” falar em eutanásia pois a é começar “a discussão ao contrário”.
“A prioridade é discutir e promover cuidados paliativos para todos os que precisam. É quase falacioso começar a discussão ao contrário quando existem poucos profissionais que trabalham a tempo inteiro nesta área, e não é feito dos cuidados paliativos uma prioridade política”, afirma à Agência ECCLESIA Eva Serra Palha, médica em cuidados paliativos e em unidade de saúde familiar.
A Assembleia da República vai discutir a legalização da Eutanásia, com base na apresentação de projetos de lei, realizados já pelo Bloco de Esquerda, pelo Partido Pessoas-Animais-Natureza, pelo Partido Socialista e mais recentemente pelos Verdes.
O necessário reforço dos cuidados paliativos é posição assumida por Pedro Afonso, presidente da Associação de Médicos Católicos.
“Os médicos portugueses não pediram esta lei. Todo o ensino da medicina e prática médica é no sentido de acompanhar o doente até ao fim, aliviando a dor e sofrimento, e as famílias”, afirma à Agência ECCLESIA.
Para o responsável seria “perigoso” a lei sobre a eutanásia ser aprovada.
“A experiência dos países que a legalizaram mostra que a eutanásia tem aumentado, inclusivamente em crianças e jovens com quadro de depressão, e trata-se de suicídio assistido”.
Pedro Afonso afirma haver “muito a fazer” em matéria de cuidados paliativos em Portugal e que a eutanásia é a “negação da medicina”.
Questionado ainda sobre a lei, aprovada em Assembleia da República, que prevê a mudança de género no Cartão do Cidadão com a autorização dos pais e sem a necessidade de um relatório médico, Pedro Afonso afirma a oposição ao projeto lei e saúda o veto do Presidente da República.
“Um jovem de 16 anos não tem maturidade para o fazer e é um problema de saúde pública o médico ser retirado destas circunstâncias”, destaca o responsável uma vez que a “lei não garante o acompanhamento que se devem dar aos casos que se configuram como disforia de género”.
CB/LS