Pastoral: Bispos ponderam recuperação de secretariado nacional dedicado ao setor

Ideia é ter um «fórum» onde todas as dioceses possam partilhar estratégias e preocupações

Fátima, Santarém, 05 nov 2014 (Ecclesia) – A renovação da pastoral da Igreja Católica em Portugal poderá passar pela reinstituição de um secretariado nacional dedicado a esta área, que sirva para as dioceses como “fórum” de partilha e consolidação de estratégias.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, em Fátima, o presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização, D. Manuel Linda, adiantou que “a necessidade de recuperar este órgão já esteve mais do que uma vez” em cima da mesa de diálogo dos bispos portugueses.

Para a revitalização da pastoral não existem “soluções pré-fabricadas”, há que “escutar” os outros, “ver por onde passam as grandes preocupações”, salientou o prelado.

A recuperação deste secretariado nacional de pastoral, “coordenador e distribuidor de materiais, que funcionava como forma de intercâmbio daquilo que se ia realizando”, poderá ser tema em debate na próxima assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, que vai decorrer em Fátima entre 10 e 13 de novembro.

Entretanto a Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização promoveu esta terça-feira em Fátima uma reunião com os bispos e responsáveis diocesanos no campo da pastoral.

Na mente da Igreja Católica Portuguesa está a vontade de contrariar um certo desinteresse e afastamento da fé, que marca uma parte da população portuguesa, e chegar de forma mais adequada àqueles que ainda não conhecem Cristo.

A seguir ao encontro, D. Manuel Linda admitiu que numa sociedade “de velha cristandade”, como a portuguesa, em que “teoricamente já todos ouviram falar de Jesus, é mais difícil dizer algo que cative”.

Esse é um dos desafios, o da novidade. No entanto há ainda “muita gente que não tem conhecimento nenhum de Cristo”, o que deve levar também a Igreja a trabalhar a sua “dimensão missionária”, acrescentou.

O acolhimento, a espiritualidade, o aproveitamento das potencialidades dos leigos, a proximidade com os jovens, a presença mais efetiva nos meios urbanos, são outras áreas a considerar, neste esforço de revitalização pastoral.

“A Igreja Católica pode perder ou ganhar uma pessoa no acolhimento”, alerta D. Manuel Linda, sustentando a importância dos “agentes pastorais, bispos, padres, catequistas e funcionários das paróquias” terem sobretudo “muita sensibilidade” no contacto com quem lhes bate à porta.

No caso específico dos jovens, o bispo defende que “pela sua linguagem específica e maneira de comunicar, normalmente através das novas tecnologias”, eles podem “ser agentes primordiais da Nova Evangelização, na sua faixa etária”.

Até porque quando as novas gerações deixarem de “falar” sobre religião, até de criticar e debater, isso significará que ela “não preocupa, não tem importância, morreu”, concluiu.

LS/JCP

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Agência ECCLESIA

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