Encerrou-se este fim-de-semana a Comemoração dos 75 anos dos Missionários Passionistas em Barroselas/Vale do Neiva. Esta é uma história que está ligada à situação político-social histórica que vivia a nossa vizinha Espanha. A guerra civil rebentou em Espanha em 1936 e durou até 1939. Os Cronistas das Casas Passionistas do Sameiro (Braga) (P.e Benito de S. José), e de Barroselas (Pe. Faustino de S. Domingos) são bem explícitos em apresentarem a ‘fuga’ de Espanha, devido aos perigos da guerra civil, para o ‘oásis’ de Portugal, como fundamentação ‘primária’ da implantação da Congregação Passionista neste País. Depois do Monte Sameiro, na cidade de Braga, a escolha passou por Barroselas, dado que o espírito da Congregação exigia que ela se fundasse em lugares retirados das populações, que fomentasse o espírito de solidão, de recolhimento e de oração. Os Superiores dos Missionários Passionistas, radicados em Espanha, e de quem dependia esta parcela lusitana da Congregação, decidiram, no dia 2 de Janeiro de 1933, que se deixasse o Monte Sameiro e se passasse a residir noutro local mais apropriado com o espírito da Congregação, que já se tinha encontrado, na freguesia de S. Pedro de Capareiros, hoje Vila de Barroselas, no distrito de Viana do Castelo. E assim, no dia 19 de Janeiro de 1933, desceram alguns Religiosos do Monte Sameiro para a cidade de Braga, mais concretamente para uma casa alugada na Rua dos Mártires da República, nº 19. O primeiro Superior desta Comunidade Passionista foi o P.e Isidoro de S. Pedro. A tomada de posse da igreja do Seminário de Santiago verificou-se no dia 22 de Janeiro de 1933. Uns rumaram para S. Pedro de Capareiros, outros ficaram-se na cidade de Braga A 8 de Maio de 1940 comprou-se uma quinta em Barroselas, precisamente onde se encontra hoje localizado o Seminário dos Missionários Passionistas e que tinha sido propriedade do Pe. Luís da Cunha Sottomaior de Faria. No dia 31 de Dezembro de 1941 os Religiosos Passio-nistas saíram de Braga para formar uma só Comunidade, com os seus Irmãos de Barroselas”. Deixou-se, assim e definitivamente, a cidade de Braga! No entanto, os Passionistas nunca deixaram de acompanhar a Confraria da Paixão, em Braga. Chegados a Barroselas, os Passionistas pensaram imediatamente na construção do Convento. Em 1940 chegaram os primeiros carros de pedra, vindos da pedreira do «Pé do Monte» (Capareiros – Barroselas), propriedade do Sr. Manuel Ferreira (Carreiras). O Arcebispo de Braga, D. António Bento Martins Júnior, em 27 de Janeiro de 1942 autorizou a erecção da Igreja do Convento dos Padres Passionistas, de Barroselas. Superiores e súbditos, arregaçadas as mangas, começaram os trabalhos da construção do Convento e Igreja em 19 de Abril de 1942. Foi autor dos planos da construção do Convento e igreja o arquitecto espanhol Luis Feduchi. Assumiram a responsabilidade da obra o Major Francisco Santos Caravana, «engenheiro civil e militar, professor da Escola de Engenheiros do Porto» e o arquitecto português Alcindo dos Santos. Como encarregado das obras de construção do Convento e Igreja, foi escolhido o Sr. Emídio Pereira Lima, de Vila de Punhe, o mesmo que dirigiu as obras do monumental Santuário do Coração de Jesus, em S. Luzia (Viana do Castelo). Ajudados pela população, 20 a 25 operários começam as obras no dia 4 de Maio de 1942. Foi possível, desta forma, colocar-se a primeira pedra do Seminário em 1 de Julho e a do Cruzeiro da igreja em 17 de Agosto seguinte. A inauguração da 1ª fase verificou-se no dia 7 de Julho de 1946. O Superior de então, Pe. Teófilo, foi quem a benzeu, passando a residir nela os Religiosos que se encontravam na casa antiga. A 2.ª fase só se acabou no dia 25 de Abril de 1955. A inauguração da Igreja (1.ª parte) realizou-se no dia 18/1/1948. No dia 1 de Abril de 1948, a Congregação dos Missionários Passionistas foi reconhecida como pessoa moral, canonicamente erecta, com sede em Barroselas. A colocação da Cruz da fachada da igreja foi em 18 de Julho de 1951; e a abertura do Colégio, com a admissão dos primeiros 20 alunos, ocorreu em 15 de Outubro de 1951, precisamente 20 anos após a chegada dos Passionistas a Portugal; no dia 27 de Abril de 1952, abriu-se toda a Igreja, pela primeira vez. www.passionistas.org