Recriações históricas, procissões e concertos são algumas das propostas para viver semana maior do calendário católico
Lisboa, 14 abr 2025 (Ecclesia) – Filipe Dias, coordenador da Semana Santa de Santa Maria da Feira, afirmou que a cidade se torna um “palco vivo” na semana maior do calendário católico, recebendo cada vez mais população de diversos pontos do país e estrangeiro.
Em entrevista ao Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2, o responsável enumera as várias atividades inseridas no programa da Semana Santa de Santa Maria da Feira, entre as quais concertos, uma exposição no Museu de Lamas, conhecido como o Museu da Cortiça, e visitas a capelas e igrejas da cidade.

“Tudo junto faz com que Santa Maria da Feira seja um palco vivo. E quando digo que é um palco vivo, traz muito também esta dimensão que nos caracteriza, que nos destine, que é das recriações históricas nas ruas Santa Maria da Feira”, afirmou.
Filipe Dias destaca a Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém, com mais de 200 pessoas na rua que aconteceu no Domingo de Ramos, a chegada ao templo, bem como o momento em que as crianças da catequese e a comunidade se juntam, caminhando pelas ruas da cidade.
“Acaba por ser uma celebração que é muito característica e muito particular e também muito querida para nós, porque é um momento de festa, é um momento de celebração”, salienta.
Além do grande número de participantes locais, a Semana Santa de Santa Maria da Feira chama cada vez mais a atenção de “concelhos limítrofes”, assinala o coordenador, como do distrito do Porto, Aveiro, concelhos de São João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Ovar e Gaia.
“Nós somos procurados por pessoas de Santa Maria da Feira, dos concelhos limítrofes, mas também temos muitas pessoas que vêm de outros distritos, de pontos distantes do país, mas também do estrangeiro, principalmente por exemplo da Galiza, de Espanha, que têm uma vivência da Semana Santa e da fé também um bocadinho mais característica”, indica.
Para Filipe Dias, esta é uma oportunidade para a cidade se unir e divulgar aquilo que é o próprio “tecido cultural”, o valor das pessoas e “gentes” da região.
“Os voluntários que participam da Semana Santa e que criam a Semana Santa, são eles todos de Santa Maria da Feira ou concelhos limítrofes”, referiu.
Apesar de a Semana Santa se estar a viver agora, a atividade “muito eclética” desta celebração começou no dia 5 de março, na Quarta-feira de Cinzas, tendo recebido também, a 12 de março, apresentação do III Congresso Europeu da Rede de Celebrações da Semana Santa e Páscoa, que se realiza entre 8 e 10 de outubro, entre Ovar e Santa Maria da Feira.
Já na Quarta-feira Santa, a cidade vai acolher a recriação da ‘A Última Ceia, Getsémani e Sinédrio’, a cargo do Grupo Gólgota, e na quinta-feira recebe “uma das procissões mais antigas da Península Ibérica”, a ‘Procissão das Endoenças’, que é levada à cabo pela Santa Casa da Misericórdia, informa o coordenador.
“Na Sexta-feira Santa temos então a Via Sacra, a Via Sacra que é o ex-libris”, destaca Filipe Dias, caracterizando este como “um momento marcante” que “gostam todos muito de viver”.
Do programa cultural, o coordenador da Semana Santa de Santa Maria da Feira realça também a realização do espetáculo ‘St. Dominic’s Gospel Choir’, com jovens e coros da vigararia.
“Não é só através do teatro, através da fé, mas também através da música e através dessas dimensões conseguimos promover aquilo que temos em Santa Maria da Feira, o nosso património, o nosso território, a nossa gastronomia e também investir naquilo que é o nosso comércio local”, assinalou.
A Igreja Católica inicia, com a celebração dos Ramos, a Semana Santa, momento central do ano litúrgico, que recorda os dias da prisão, julgamento e execução de Jesus, culminando com a Páscoa, que assinala a ressurreição de Cristo, a mais importante festa do calendário católico.
PR/LJ