Lisboa, 08 abr 2015 (Ecclesia) – A disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) não é catequese, mas desafia os alunos a terem um conhecimento mais profundo da Páscoa e da ressurreição de Jesus com conteúdos próprios para cada ciclo letivo.
“É fundamental falar do acontecimento da ressurreição de Jesus, em alguns anos específicos é trabalhada de forma mais aprofundada”, revela Gisela Laureano à Agência ECCLESIA.
A professora de EMRC explica que para os mais pequenos este mistério “é um fascínio muito grande” porque é algo que “nunca entendem” enquanto os alunos mais velhos querem perceber a ressurreição através da “ciência”.
“A partir dai há um diálogo muito rico e não há resposta fechada. O que é importante é essa inquietação, essa visão, essa procura”, observa.
Os professores de EMRC para além de referirem os símbolos presentes numa igreja, como o sírio ou o cordeiro, no 2.º ano do Primeiro Ciclo trabalham os símbolos da Páscoa “a partir da realidade” dos alunos como o coelho, as amêndoas e a galinha para explicar porque é que existem estes.
“No ovo da Páscoa vazio percebem a simbologia da ressurreição ali presente porque Jesus já não está no túmulo”, revela a entrevistada sobre símbolos que podem ser “associados à nova vida”.
No segundo e terceiro ciclo – do quinto ao nono ano de escolaridade – os professores introduzem e aprofundam o tema da Páscoa por exemplo na “observação de uma obra de arte, do texto bíblico – o bom samaritano, o filho pródigo”.
“No 8.º ano, eles sentem-se na pele daquele filho acolhido e também na pele do outro filho. Depois há um trabalho que é pessoal”, comenta Gisela Laureano.
A professora de EMRC considera “fundamental” a capacidade da disciplina sair do espaço da sala de aula projetando os alunos a interagirem com a comunidade educativa e com o ambiente onde vivem.
“A escola tem tantas competências que não se pode fechar ao espaço exterior. É aqui os alunos colocam em prática o que aprendem na sala de aula, percebem as dificuldades e o que têm de fazer melhor”, desenvolve a entrevista
A disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica não é catequese mas tem a preocupação de apresentar a doutrina e projetá-la para a vida dos alunos num “diálogo entre cultura, fé, escola” uma ponte que “é fundamental” uma vez que “muitos alunos não” frequentam a catequese.
“Vivem num contexto marcadamente cristão e a disciplina dá chave de leitura para perceberem o que está à sua volta”, acrescenta a professora Gisela Laureano.
HM/CB