D. José Policarpo celebra Páscoa com evocação de «pilar decisivo de toda a civilização»
Lisboa, 31 mar 2013 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa apelou hoje ao “respeito” pela vida e à superação de uma visão exclusivamente materialista da existência humana, falando durante a missa do Domingo de Páscoa, na Sé da capital portuguesa.
“O respeito pela vida é o pilar decisivo de toda a civilização”, declarou D. José Policarpo, na homilia da celebração.
Segundo o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), vive-se um tempo em que se faz da “qualidade de vida um valor a conseguir”.
“Não haverá qualidade de vida se reduzirmos esta ao bem estar material. Ela só se consegue com um coração aberto à surpresa da ressurreição”, sustentou.
D. José Policarpo convidou por isso à celebração da Páscoa como “festa da vida” e uma “surpresa”, como o foi “mesmo para os seus amigos mais próximos”.
“A plenitude da vida exprimiu-se na vitória sobre a morte, que em termos humanos, aparece como o fim da vida, a negação da vida. Afinal, a vida venceu a morte”, declarou.
O cardeal-patriarca defendeu que quem se uniu a Cristo “nunca desiste de viver, nada o trava no anseio da vida em plenitude” e frisou que a ressurreição de Jesus é “uma força decisiva para o triunfo do homem”.
“Do seu triunfo sobre o sofrimento e a morte, recebemos força para fazer da nossa existência um dom. Todas as causas generosas para o bem da humanidade recebem dessa fonte a coragem da generosidade”, explicou.
D. José Policarpo referiu-se à “beleza” da vida, visível em momentos como “o êxtase da mãe que dá à luz um filho” ou “a exultação de um amor sincero que dá sentido a toda a existência e a inunda de felicidade”.
“A vida sente-se quando se descobre a vida do outro. A alegria da vida é sempre a alegria do amor”, acrescentou.
Neste contexto, o presidente da CEP observou que a fragilidade humana “continua e a sua concretização mais grave é atraiçoar a vida, desistir da vida”.
“Nesta Páscoa façamos como o Apóstolo João: aos primeiros sinais da morte vencida, acreditou. Esta nova manifestação da vida surpreendeu-os; deixemo-nos surpreender pela Vida”, concluiu.
OC