D. Manuel Clemente sublinha mensagem de misericórdia de Jesus
Lisboa, 05 abr 2015 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa disse hoje que a fé na ressurreição de Jesus, como “critério” de vida, exige uma atenção permanente aos mais desfavorecidos da sociedade.
“Nada mais desejamos senão crescermos todos na misericórdia de Cristo, que nos espera nos mais pobres e frágeis. Aí mesmo o encontraremos, para ressuscitarmos também”, referiu D. Manuel Clemente, na Sé de Lisboa, durante a homilia da Missa do Domingo de Páscoa.
O também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa questionou os presentes sobre o “lado” em que se encontram face ao “olhar do crucificado” e dos outros, para identificar a presença de Cristo “em cada homem ou mulher que viva, sofra”.
D. Manuel Clemente sustentou a necessidade de aceitar Jesus naqueles com quem ele se “identifica”, os que interrogam, “pedem atenção, correspondência, auxílio”.
“Na nossa resposta está o nosso destino e o juízo de Deus”, assinalou.
A este respeito, o cardeal-patriarca recordou a proclamação do Jubileu da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco, que convida a “ouvir o clamor dos pobres”.
“Aproveitemos a oportunidade para vivermos mais intensamente essa misericórdia”, observou.
O responsável convidou os católicos a ficar do lado da “misericórdia divina, sempre e em todas as ocasiões em que ela mais urja e se requeira”.
“A ressurreição de Cristo foi a sentença final do próprio Deus sobre o que vale ou não vale deste mundo para o outro: não valeram os que condenaram Jesus, valeu sozinho o injustamente condenado, que venceu o mal com o bem”, disse.
Segundo D. Manuel Clemente, a ressurreição “ultrapassava a compreensão e a disponibilidade mental que [os discípulos] tinham”, exigindo o reconhecimento da natureza divina de Cristo, “critério de juízo acabado sobre o que está absolutamente bem ou o contraria”.
“É na Cruz que Ele vence o mundo e se torna critério de juízo, verdadeiro e definitivo”, explicou.
Já na noite de sábado, durante a Vigília Pascal, o cardeal-patriarca lembrou aos cristãos a importância viverem o verdadeiro significado do Batismo, depois do qual "nada pode ser realmente como dantes".
"Hoje em dia, quando já não descansamos em 'cristandades' sociológicas, em que tudo parecia formalmente garantido na lei e nos costumes, só vale o que valeu há dois mil anos: morrer para uma vida sem Deus e sem os outros e ressuscitar com Cristo para a vida filial, solidária e fraterna", declarou.
OC