Homilia deixa mensagem de esperança, ligando celebração ao Jubileu



Angra do Heroísmo, Açores, 20 abr 2025 (Ecclesia) – O bispo de Angra sublinhou na homilia da Vigília Pascal a importância da ressurreição de Jesus, num mundo dominado pelo secularismo, e apelou à coragem e ao empenho dos cristãos como “mensageiros de esperança”.
“Neste mundo dominado pelo secularismo e até já descristianizado, em que as pessoas pouco rezam e vão muito menos à igreja, em que parece ter-se perdido a fé herdada dos pais (…) que cada um encontre a coragem de regressar sempre à Galileia, ao primeiro amor, às verdadeiras motivações que trouxeram os nossos passos até este lugar abençoado!”, afirmou D. Armando Esteves Domingues, na última noite, durante a Missa a que presidiu na Catedral de Angra.
“Regressemos lá sem medo de recomeçar cada dia a lutar contra todas as negatividades existenciais, não com as nossas forças, mas com a força d’Aquele que venceu até a morte. Sim, com fé, continuemos a cantar o Aleluia!”, acrescentou, numa intervenção divulgada pelo portal diocesano ‘Igreja Açores’.
É isto a Igreja a nascer e a crescer, pessoas que vão ao encontro, que geram outras vidas, que contam a esperança que as habita” afirmou o prelado sublinhando a importância que a boa nova da ressurreição tem hoje, não como uma meta ou um objetivo triunfalista mas como uma fé humilde, de plena conversão”.
A homilia evocou coincidência da data da celebração da Páscoa em todo o mundo cristão, neste ano.
“Um Aleluia cantado com todos os nossos irmãos de outras denominações cristãs e especialmente os Ortodoxos que celebram a Páscoa, após 400 anos, no mesmo dia que nós. São os 1700 anos do Concílio de Niceia, um acontecimento histórico que marca a unidade dos cristãos na mesma fé em Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem como acreditamos e rezamos”, indicou D. Armando Esteves Domingues.
A Vigília começou no átrio da Catedral com a bênção do fogo e o acendimento do lume novo e do círio pascal trazido até ao altar pelo pároco da Sé, que também cantou o Precónio pascal.
“Neste ano de Jubileu, olhamos com esperança para o papel único que a Igreja é chamada a desempenhar, também na nossa Região e Diocese” disse D. Armando Esteves Domingues.
Alguns grandes do mundo prefeririam uma `igreja da prosperidade e do poder´, como se os ricos fossem os escolhidos do Senhor, os pobres culpados das desgraças e o Sermão da Montanha nunca tivesse sido proferido”.
O bispo de Angra recordou que, na próxima semana, vão reunir-se os membros do Conselho Diocesano, para traçar “algumas linhas mestras até aos 500 anos da diocese em 2034”.
“Peço a todos que, por caridade e forma de também construirdes este nosso encontro diocesano, que rezeis por nós. Peço aos doentes que se unam a nós com a sua cruz e oração, peço às comunidades que se reúnam em oração a pedir a assistência do Espírito Santo. Como nunca, precisamos de caminhar juntos, unidos na fé, mas também na oração e comum missão”, concluiu.
A Igreja Católica celebra nas últimas horas deste sábado e nas primeiras de Domingo de Páscoa o principal e mais antigo momento do ano litúrgico, assinalando a ressurreição de Jesus, elemento central da fé cristã.
Cinco elementos compõem a liturgia da Vigília Pascal: a bênção do fogo novo e do círio pascal; a proclamação da Páscoa, que é um canto de júbilo anunciando a Ressurreição do Senhor; a série de leituras sobre a História da Salvação; a renovação das promessas do Batismo, por fim, a liturgia Eucarística. Este ano não houve batismos na Sé.
OC